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Pecuarista estava em regime domiciliar desde março para cuidar de problemas de saúde e deve se apresentar à Polícia Federal no próximo dia 23

O juiz federal Sérgio Moro determinou, na noite da último quarta-feira (10/8), que o pecuarista José Carlos Bumlai volte à prisão. O pecuarista foi diagnosticado com câncer na bexiga em março e desde então está em prisão domiciliar para poder fazer o tratamento.

Inicialmente Moro determinou que Bumlai ficasse em regime domiciliar por três meses, período prorrogado para o fim deste mês depois que o pecuarista precisou ser submetido a uma cirurgia cardíaca. A defesa do pecuarista pediu mais uma vez a prorrogação do período, o que foi negado pelo juiz que estabeleceu o próximo dia 23 como a data para Bumlai se apresentar à Polícia Federal de Curitiba.

“No momento, após cinco meses de prisão domiciliar, a situação de saúde do acusado mostra-se estabilizada”, disse Moro, no despacho registrado na noite de quarta-feira no sistema da Justiça Federal do Paraná. O juiz afirmou ainda que a necessidade de realizar exames periódicos para o controle do tumor e da reabilitação cardíaca não justificam a prisão domiciliar.

Segundo a decisão, os exames, a reabilitação e até o recebimento de medicamentos podem ser feitos em Curitiba, tanto no Complexo Médico Penal, onde o acusado estava previamente recolhido, quanto por saídas periódicas para hospitais privados na capital paranaense. De acordo com Moro, Bumlai não se enquadra nas hipóteses previstas em lei para que a prisão siga sendo cumprida em regime domiciliar.

No despacho, o juiz lembra que o pecuarista teve prisão preventiva decretada em novembro do ano passado e que foi acusado, em uma das ações penais da Operação Lava Jato, de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crimes financeiros. Na decisão, Moro registra ainda que outros ilícitos relacionados ao empresário ainda estão sendo investigados.

Bumlai foi preso na Operação Passe Livre, 21ª fase da Operação Lava Jato. A prisão ocorreu no mesmo dia em que o pecuarista iria depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, na Câmara dos Deputados, que investiga operações envolvendo o banco estatal. (Com informações da Agência Brasil)