Senador Mourão ataca presidente Lula por causa de um iate de luxo: “É um hipócrita”
07 novembro 2025 às 08h46

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A escolha do iate de luxo Iana 3, pertencente ao empresário amazonense Iomar Oliveira, para a hospedagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a COP30, provocou forte reação do senador Hamilton Mourão, que apontou incoerência entre o discurso ambiental do governo e a prática adotada para acomodar o casal presidencial e sua comitiva no Pará.
Em publicação realizada na rede social X, Mourão afirmou que “O presidente Lula, que está queimando óleo diesel em seu luxuoso iate, pede US$ 1,3 trilhão para a agenda verde do planeta. Haja incoerência! Óbvio que tudo pago pelo contribuinte.” A crítica ocorre justamente no momento em que o governo federal tenta reforçar a imagem do país como referência em sustentabilidade global.

Segundo fontes do Planalto, o Iana 3 foi alugado de última hora para atender exigências de conforto, já que o navio da Marinha não ofereceria estrutura adequada. A seleção da embarcação ocorreu por meio de uma agência de turismo contratada pela Presidência, após avaliação formal.
A diária divulgada foi de R$ 2.700 por pessoa, totalizando R$ 5.400 apenas para Lula e Janja. Contudo, nem o tamanho da comitiva, nem o valor total do contrato foram divulgados oficialmente, o que ampliou questionamentos sobre o gasto público.
O Iana 3 tem histórico conhecido no Amazonas. O iate já esteve envolvido em denúncias de uso irregular em ações políticas. Em 2021, a embarcação foi alvo de inspeção judicial em Coari, quando servia ao governo estadual em uma ação social de entrega de cartões de auxílio.
Moradores registraram o descarregamento de cestas básicas e de materiais suspeitos de uso eleitoral, o que motivou a apuração pela Justiça Eleitoral.
Embora reconhecido pelo conforto, o iate disponibiliza estrutura completa com suítes, varandas, salas de reunião e ambientes climatizados para convivência, itens decisivos na escolha do governo. A hospedagem fluvial foi a alternativa adotada em razão da alta demanda da COP30, que elevou a ocupação da rede hoteleira de Belém a níveis inéditos.
