Senador eleito, Ronaldo Caiado classifica como “falsa” proposta de Dilma para reforma política
27 outubro 2014 às 14h45

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Democrata alega que a petista fugiu do objetivo principal da reforma e se diz contrário à realização de plebiscito sobre o tema antes da devida discussão no Congresso
O senador eleito Ronaldo Caiado (DEM) condenou nesta segunda-feira (27/10) a promessa da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) em priorizar a reforma política em seu segundo mandato, classificando-a como um “gesto de enganação”. Em nota à imprensa, o democrata alegou que a petista fugiu do objetivo principal da reforma.
“O que me chamou a atenção foi que a reforma política proposta por ela é um engodo, uma farsa. Não sinaliza com nada concreto e só inviabiliza o processo verdadeiro para que consigamos aprovar a matéria. Quando você se propõe a fazer uma reforma, principalmente um presidente, o primeiro gesto que precisa é o gesto de honestidade intelectual para admitir o fim da reeleição”, defendeu Caiado.
No último domingo (26), logo após apurado o resultado das urnas, Dilma disse em pronunciamento que empreenderá a reforma política como prioridade em seu segundo mandato, com o intuito de “mobilizar” a sociedade por meio de um plebiscito.
“A palavra mais repetida, mais dita, mais falada, mais dominante foi mudança. O tema mais amplamente invocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida à Presidência para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige. Dentre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política”, afirmou a presidente reeleita, ao lado do presidente do PT, Rui Falcão, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Caiado, Dilma também erra ao propor que o debate sobre a reforma política se dê por meio de um plebiscito por conta da “quantidade de variáveis que existem sobre o tema”. “Você só faz plebiscito de questões objetivas, de temas que podem se resumir a um ‘sim’ ou um ‘não’. Na reforma política você tem dezenas de variantes, como no sistema eleitoral, na forma de financiamento, na cláusula de desempenho, no financiamento de campanha, nas coligações e por aí vai”.
Por fim, o senador eleito diz que a intenção da presidente é “induzir” uma reforma de acordo com os próprios interesses, aproveitando-se das regalias da máquina presidencial. “Não tem nada a ver com democracia, e sim com um modelo bolivariano da qual ela é tão defensora e que nós combateremos firmemente”, concluiu.