Senado ameaça barrar Messias, e Lula segura indicação ao STF

16 outubro 2025 às 21h36

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Com a aposentadoria antecipada já publicada no Diário Oficial da União (DOU), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai deixar a cadeira já no próximo sábado, 18. Porém, mesmo com a iminência da vacância, o presidente da República, Lula da Silva (PT), responsável pela indicação, ainda não teria se decidido quanto ao nome que será alçado ao posto de novo ministro do STF.
Isso porque, conforme apurado pelo Jornal Opção, o presidente estaria em meio a um impasse envolvendo a resistência ao nome do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, um dos principais cotados para a vaga.
À reportagem, uma fonte do Palácio do Planalto revelou, sob reserva, que o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, já teria sinalizado a Lula que, se Messias for indicado, os senadores – responsáveis por sabatinar e aprová-lo – podem, pela primeira vez desde a redemocratização, rejeitar um escolhido do presidente.
Vale destacar que, em 134 anos, o STF rejeitou somente cinco indicações à Corte, que já teve 172 ministros. Todas as rejeições ocorreram durante o governo Floriano Peixoto, em 1894.
Tanto Alcolumbre quanto boa parte do Senado já teriam se decidido pelo apoio ao nome de Rodrigo Pacheco, ex-presidente da Casa, para a vaga ao Supremo. Pacheco, que também é jurista, tem sido cotado há tempos para o lugar de Barroso, mas acabou perdendo espaço com o aumento do favoritismo de Messias.
A informação de que Lula já teria decidido pela indicação de Messias chegou a circular nesta quinta-feira. No entanto, ainda conforme o interlocutor do Planalto, a “notícia” teria sido plantada pela ala petista simpática a Messias.
Ou seja: o jogo ainda está em aberto e, para evitar uma possível rejeição de Messias no Senado – um desgaste altamente desnecessário em um momento em que o Planalto precisa de votos para passar projetos importantes na Casa -, não é improvável que Lula acaba cedendo e aderindo a Pacheco.