O desabamento de uma montanha de resíduos sólidos no aterro da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo, ocorrido na última quarta-feira, 18, provocou impactos no meio ambiente local e colocou em risco a saúde da população que vive nas proximidades do lixão. Nesta segunda-feira, 23, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) divulgou um boletim oficial, nas redes sociais, detalhando as providências adotadas até o momento.

No vídeo, o gerente de Gestão e Prevenção de Incêndios e Acidentes Ambientais da pasta, Sayro Reis, explicou que a Semad soube do acidente na tarde de quarta-feira, por volta das 14h, e que, por determinação da secretária Andréa Vulcanis, uma equipe técnica foi enviada imediatamente ao local para iniciar os autos de infração, o acompanhamento administrativo e a análise da qualidade da água na área afetada.

Segundo Sayro, já na quinta-feira, 19, logo após a chegada da equipe técnica ao local, a empresa responsável foi formalmente notificada e obrigada a apresentar um Plano de Ação Emergencial. “Foi nos apresentado no sábado de manhã um plano de emergência e esse plano no sábado mesmo foi rejeitado porque não apresentava naquele momento as mínimas características para ele poder ser aprovado. Não apresentava como seria feito esse manejo de curso hídrico, o porquê seria feito, quais as justificativas, e também com a apresentação de um responsável técnico legal por essa obra”, explicou o gerente.

Diante da recusa do primeiro plano, a Semad concedeu um novo prazo de 24 horas para a entrega de uma versão revisada. A Ouro Verde, no entanto, solicitou uma dilação de prazo até o meio-dia desta segunda-feira, 23. Sayro Reis informou que o corpo técnico da Semad permanece de prontidão, aguardando o documento. “O corpo da Semad vai fazer uma análise imediata desse plano, nossa equipe já está preparada. Caso não seja entregue dentro do prazo, a Semad vai voltar ao local e fazer novas autuações”, afirmou.

O governo estadual também tem concentrado esforços para proteger a população que vive nos arredores do aterro sanitário, especialmente os proprietários rurais ao longo do córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal, que foram diretamente afetados pela contaminação. “A secretaria também se preocupa muito com a comunidade local que foi afetada naquela região, então todos os proprietários rurais ao longo do córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal estão sendo monitorados, estão sendo avisados, a Defesa Civil Estadual encaminhou mensagens pelo celular de toda a população de Padre Bernardo, os que estão cadastrados na Defesa Civil”, reforçou Sayro.

A Prefeitura de Padre Bernardo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, também intensificou as visitas domiciliares aos moradores da região, com o apoio dos agentes comunitários de saúde. O secretário municipal de Saúde acompanha de perto as entradas nos hospitais para identificar eventuais casos relacionados à contaminação ambiental. Paralelamente, a Saneago disponibilizou um caminhão-pipa para garantir o fornecimento de água potável às famílias impactadas.

Outro ponto que merece atenção, segundo o gerente da Semad, é o monitoramento constante da qualidade da água na região. “A Semad vem monitorando a água tanto no rio que foi afetado, o Rio do Sal, como também de alguns poços artesianos que abastecem a população local”, destacou. Essa medida busca identificar qualquer alteração nos parâmetros de potabilidade e segurança hídrica, com foco na proteção da saúde pública.

Até o fechamento desta reportagem, o novo plano solicitado pela Semad ainda não havia sido protocolado.

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