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Há cerca de 45 dias que nenhum contrato do programa é assinado. Empresários farão manifestação cobrando posicionamento do Governo Federal

Conjunto do programa Minha Casa Minha Vida. Falta de recursos está inviabilizando o financiamento de novos imóveis

Mayara Carvalho

Com o objetivo de  sensibilizar o governo federal, a Associação dos Construtores do Estado de Goiás (Aceg)  promove nesta quinta-feira (19/10), às 10 horas, em frente à Superintendência da Caixa Econômica Federal, na Avenida Anhanguera, em Goiânia, uma manifestação contra o fim do Programa Minha Casa, Minha Vida.

O evento, coordenado pela Federação Nacional das Pequenas Construtoras (Fenapc) será realizado simultaneamente em diversos Estados brasileiros, entre eles Bahia, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

O protesto tem por objetivo denunciar as arbitrariedade que vêm ocorrendo no Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), e informar a população sobre a realidade atual do Programa, além de apresentar as principais demandas dos construtores.

Atualmente, a Caixa Econômica não está assinando contratos novos, o que impede milhares de brasileiros de adquirir suas casas próprias. “Há cerca de 45 dias que não é assinado nenhum contrato do programa, nem mesmo daqueles que já estavam com tudo aprovado. Isso nos preocupa porque o Minha Casa, Minha Vida é um grande programa de cunho social e que gera milhares de empregos”, lamentou o presidente da ACEG, Delermond Dias, em entrevista ao Jornal Opção.

Para o presidente, os saques do FGTS inativo prejudicaram o bom funcionamento do programa. “O FGTS tem dois objetivos: um é habitacional e outro é saneamento. Quando o Governo abriu mão desse recurso e liberou R$ 42 bilhões, ele comprometeu o Minha Casa, Minha Vida”.

Dentre as reivindicações, a Aceg pede um plano emergencial para contratação imediata dos imóveis que estão parados aguardando contratação, que seja  prorrogada a validade dos laudos de avaliação dos imóveis que estão à espera de financiamento, a criação de lista de espera das pessoas que estão com seu financiamento aprovado, mas não conseguem fazer a contratação do imóvel,  que seja reembolsado de todo valor pago, o cliente que queria desistir de financiar com a Caixa por demora na contratação do financiamento.

A Associação pede ainda que o governo federal intervenha para uma gestão mais clara e que se posicione sobre a falta de recursos direcionados ao PMCMV e lembra que o programa é fundamental para a retomada econômica do País na geração de empregos, além de realizar o sonho da casa própria de milhões de brasileiros.

Delermond Dias ressalta que esta situação significa uma  grande ameaça  para os pequenos construtores em todo o Brasil, que representam aproximadamente 50% do programa. “Se nós não vendemos a casa, nós não vamos continuar construindo e teremos que demitir o pedreiro, o pintor […] São cerca de 150 mil empregos que serão comprometidos”, calcula.