Professores garantem que não foram avisados previamente. Sindicato vai tomar medidas jurídicas 

As demissões de docentes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) causou revolta entre os professores que já têm se articulado para tomarem possíveis medidas legais contra a instituição. O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro) e a Associação dos Professores da PUC (Apuc) já trabalham em conjunto com os 14 docentes que foram demitidos na última quinta-feira (30/7), analisando quais são as ações cabíveis no caso.

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Isso porque os professores alegam que não houve justa causa. O Sinpro explicou que a PUC ligou ao local na última semana dizendo apenas que haveria rescisão de 14 contratos na próxima sexta-feira (7/8), sem dizer o nome dos professores que seriam desligados. Entretanto, alguns funcionários receberam as notificações e entraram em contato com o sindicato.

De acordo com o presidente do Sinpro, o professor Alan, os informativos recebidos pelos funcionários da instituição católica não apontam para demissões devidamente justificadas. “Sem dúvida que o sindicato vai à Justiça para defender os professores”, disse Alan.

Dos 14 docentes, o Jornal Opção Online teve acesso a seis nomes de docentes, que pediram para não serem identificados. São eles três professores da área de Direito, uma da área de Fisioterapia, uma do departamento de História, Geografia e Ciências sociais, e uma da área de Fonoaudiologia.

Todos os demitidos que procuraram o sindicato fizeram o processo seletivo de 2014, mas estavam em estágio probatório (período em que a empresa verifica as atribuições do funcionário, como assiduidade e responsabilidade). Anteriormente, eram professores convidados. Tanto o Sinpro quanto os docentes reclamam da instabilidade do contrato, mas não sabem dizer ao certo as cláusulas que o torna instável.

Uma das professoras disse à reportagem que tem tentando pegar seu dossiê na área de Recursos Humano (RH) da universidade, mas os documentos não são liberados. Conforme a funcionária, que trabalhava na instituição desde 2013, todos os professores foram demitidos sem justa causa. “Foi completamente injusto”, garantiu.

Outro ponto de revolta da professora é o fato das demissões terem sido no início do semestre, deixando os docentes sem tempo de buscar emprego em outras instituições. “Eu recebi em casa o material da semana de planejamento. Foi uma surpresa”, disse.

No caso desta professora, a justificativa da demissão por parte da PUC é de que a docente não teria participado do curso de formação continuada  — que fazia parte do processo do estágio probatório do edital — e que não participou de todas as reuniões do colegiado do departamento. “Eu não fui em todas, mas fui nas principais. Sou doutora e recebo como especialista; não recebo para ir a esses encontros. Além disso, muitos batem com os horários das minhas aulas”, disse.

A docente ainda sustenta que nunca recebeu advertência, e que teve acesso a um comunicado da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) assegurando que 3% dos professores que foram demitidos tiveram uma avaliação ruim. “Isso não é verdade”, afirmou.

Uma professora de Direito, por sua vez, afirma que não é do processo seletivo de 2014 — mas, sim, de 2013. A advogada trabalhista afirma que não teve acesso a nenhuma justificativa por parte da PUC. “Para cada professor eles disseram uma coisa. Para mim, não falaram nada”, garante.

A professora assegura ter recebido a notícia por telefone, e só após a demissão foi chamada pelo coordenador do curso para uma conversa. A advogada ainda garante não acreditar que o motivo seja corte de gastos, mas sustenta que está deixando possíveis medidas legais por conta do sindicato.

A assessoria da PUC-Goiás disse que a instituição não se pronunciaria sobre o caso.