“Prefeito Iris quer retomar desenvolvimento, mas com decisões técnicas”, defende secretário

O titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec), Walison Moreira, falou ao Jornal Opção sobre o acompanhamento da efetividade do decreto de escalonamento do horário de abertura do comércio e sobre os estudos para flexibilização de atividades na capital.

Segundo o secretário, dentro de dois dias os resultados das pesquisas realizadas em pontos de ônibus e terminais devem mostrar se o decreto está de fato sendo respeitado. “Estamos monitorando para ver. Temos recebido muitos pedidos de mudanças de horário e isso mostra que os segmentos buscam obedecer ao decreto”, explica.

A partir dos resultados das pesquisas, será possível direcionar a fiscalização de maneira mais inteligente. “Estamos falando de risco de contágio em ônibus e terminais e isso envolve outras medidas como os ônibus serem higienizados, desinfecção em terminais e medidas de proteção pela população”, aponta Walison.

Ele afirma ainda que as empresas concessionárias do transporte na capital precisam readequar frota para atender a população em todos os horários. Esse somatório de medidas é que vai reduzir risco de contagio, só o escalonamento não diminui o risco durante a pandemia.

Flexibilização

O secretário da Sedetec explica que esse é um assunto que está sendo debatido exaustivamente pela prefeitura e revela que o desejo do prefeito Iris Rezende (MDB), assim como da pasta é o de retomar o desenvolvimento. “Mas isso precisa ser feito de maneira criteriosa e completamente embasada em critérios técnicos”, defende ao pontuar que alguém com a trajetória política como Iris não precisa ceder a pressões ou se precipitar.

“Recebemos 82 pedidos de flexibilização de vários segmentos. Quando a empresa faz o pedido diretamente, orientamos que ela busque uma associação ou sindicato para que isso seja organizado. A solicitação então vira um processo administrativo na prefeitura. Em seguida aplicamos um  questionário de levantamento socioeconômico de todos na empresa, faturamento, quantos empregos serão retomados, e o processo vai para a Secretaria de Saúde”, detalha Walison.

O secretário afirma que o grupo trabalha com um cronograma de retomada, mas explica que não é possível assegurar se haverá de fato uma flexibilização a partir de 1º de junho. Isso porque são avaliados diariamente o número de leitos, novos casos e engajamento da população aos protocolos.

Titular da Sedetec, Walison Moreira | Foto: Reprodução

“Queremos retomar alguns segmentos de forma muito responsável, mas a questão é como faremos isso e quando. Sabemos que demora 15 dias para ver os problemas de uma decisão errada, então essa decisão envolve muita negociação e avaliação de cenário”, argumenta o secretário, ao destacar que o engajamento de empresa está preocupante. “Fizemos 904 visitas a empresas na última quinta-feira e 37% descumpria ao menos uma medida do decreto”, acrescenta.

Não podemos afirmar categoricamente que será possível reabrir dia 1º de junho

Ainda de acordo com o titular da Sedetec, se a decisão da flexibilização fosse tomada hoje, não seria possível retomar quaisquer atividade além das 536 já autorizadas pelo decreto estadual. “Também não podemos afirmar categoricamente que será possível reabrir dia 1º de junho. Mas os estudos estão em andamento e veremos a possibilidade de liberação”, retoma.

“Muita gente acha que o prefeito não quer flexibilizar. Ele tem uma pegada para retomar o desenvolvimento, mas nunca passou por algo parecido em toda sua vida pública e quer tomar decisões técnicas”, pondera Walison, ao relembrar que é preciso obedecer à decisão do STF que vincula as decisões das administrações a notas técnicas das secretarias de Saúde.

Para ele, por mais que Goiânia esteja com menos casos do que outras capitais, os números de casos estão aumentando e é preciso aguardar os resultados dos testes rápidos realizados na população. “Queremos ver a realidade da evolução da doença em Goiânia. Nós próximos dias avaliaremos os números e a possibilidade de liberação do comércio por segmentos”, conclui.