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Ismael Alexandrino reuniu-se com a instituição responsável por alguns dos hospitais estaduais e apresentou balanço da situação inicial da Saúde em Goiás

Hospital Materno Infantil | Foto: Divulgação

Secretário da Saúde, empossado nesta quarta-feira, 2, Ismael Alexandrino apresentou um balanço da situação da pasta no Estado e garantiu que o atendimento nos hospitais estaduais geridos por organizações sociais seguirá normalmente.

Após a posse, o titular da SES-GO participou de reunião com representantes do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), que gerencia o Hospital Materno Infantil (HMI), Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) e Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), quando discutiu o atraso nos repasses às OSs.

Um levantamento inicial apresentado por técnicos da pasta mostra que a dívida deixada pelo governo anterior soma mais de R$ 700 milhões e é superior à expectativa da nova gestão. Do total, R$ 328 milhões são devidos às OSs que administram 17 unidades de Saúde do Estado, R$ 150 milhões com municípios, R$ 100 milhões com fornecedores de medicamentos e ainda há outros restos a pagar. Para se ter ideia, há dívidas contraídas entre 2014 a 2017 no valor de R$ 93 milhões.

Diante do atual cenário, Ismael Alexandrino explicou que há dificuldades jurídicas em se realizar repasses imediatos, por se tratar do primeiro mês de gestão. No entanto, ele se encontra em contato direto com a secretária de Economia, Cristiane Schmidt, e técnicos da pasta para encontrar alternativas para manter o pleno funcionamento das unidades.

“Vamos nos reunir com todas as organizações, uma a uma. O modelo de OS entendemos que é uma ferramenta de gestão, se bem utilizada, entrega um bom serviço. Nós precisamos avaliar contratos, cumprimento de metas e também a parcela do governo de contrapartida financeira para fomento das atividades”, defendeu.

Na última semana, a organização social que administra o Hospital Materno-Infantil chegou a fechar as portas da unidade por falta de insumos básicos e medicamentos, após consecutivos atrasos nos repasses por parte da gestão anterior.

Foto: Divulgação

O secretário tranquilizou a população quanto à possibilidade de uma nova paralisação, pois a direção do IGH foi categórica e clara quanto à manutenção de todos os serviços.

“Houve compreensão com o governo que se inicia, um comprometimento nosso de que manteremos o fluxo financeiro adequado para que as organizações sociais também mantenham fluxos de pagamento para fornecedores e prestadores de serviço. A relação precisa ser harmônica, na qual tanto o Estado faça seu papel, quanto à OS faça o seu e a população seja atendida”, argumentou.

Em seu primeiro dia à frente da Secretaria de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino adiantou à imprensa algumas das medidas que deve tomar para sanar as dívidas, melhorar o atendimento, otimizar as unidades e também a própria gestão da pasta.

“Vamos precisar rever todos os contratos e, se existe oportunidade de redução, precisaremos fazer. Se forem necessárias novas licitações para reduzir os valores, faremos. O que considerarmos desperdício ou que não for prioridade, precisaremos cortar. Faremos ainda otimização de pessoal para deixar a estrutura mais enxuta, uma reorganização administrativa”, explicou.

Regularidade de repasses

Rita de Cássia, diretora regional do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), avaliou a reunião de forma positiva e demonstrou confiança de que o novo governo busca a forma mais célere para fazer o repasse e garantir a continuidade dos serviços. “O secretário garantiu todo o esforço possível para efetuar o pagamento da forma mais ágil possível e isso é excelente para a gestão”, disse.

Ela confirmou que as três unidades (HMI, MNSL e o Huapa) vão continuar com o atendimento regular, mantendo todos os serviços ofertados, como os leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), e ainda informou que as dívidas pendentes com os fornecedores e prestadores serão negociadas.

Questionada sobre a possibilidade de algum prestador de serviço paralisar as atividades, como a limpeza e segurança, a diretora ressaltou que tem um diálogo franco e transparente com os colaboradores, expondo a realidade e garantindo o recebimento dos valores. “Depois dessa reunião temos uma boa sinalização sobre o recebimento e vamos posicionar esses prestadores”, concluiu.