Secretarias de Saúde discutem medidas para melhorar a regulação das UTIs em Goiás
14 julho 2016 às 18h43

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Depois do esquema de corrupção revelado pela Operação SOS Samu, regulação pode ganhar a implantação de sistema informatizado
As secretarias de Saúde de Goiânia e de Goiás buscam soluções para melhorar o sistema de regulação para o controle e encaminhamento de pacientes de UTIs na capital e em todo o estado. A principal medida em discussão é a implantação de um sistema informatizado de regulação.
Os responsáveis pelos órgãos reguladores se reúnem na próxima sexta-feira (15/7) para aprofundar a discussão que tem sido feita ao longo da semana e discutir formas para integrar e intensificar e fiscalização dos leitos de UTI.
A discussão é em resposta às investigações da Operação SOS Samu, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) no final de junho, que levantou a existência de um esquema de corrupção entre médicos socorristas, enfermeiros, técnicos de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e donos e responsáveis por UTIs particulares de Goiânia e cidades da região metropolitana.
O esquema envolvia pagamento de propina em troca de encaminhamento privilegiado de pacientes conveniados a planos de saúde particulares para UTIs privadas.
Na última quarta-feira (13/7), uma reunião na sede do MP-GO colocou em debate o controle das UTIs em Goiás, com esclarecimentos sobre a fiscalização das unidades de saúde no Estado, por meio de auditorias. No âmbito municipal, a secretaria de saúde informou que já possui uma auditoria implantada para os leitos do SUS.
No caso da Secretaria Estadual de Saúde, o titular da pasta afirmou que a fiscalização tem sido suplementada com as auditorias, propondo uma ação conjunta entre o órgão e as secretarias municipais.
A criação de sistemas de informação para acesso rápido da situação de pacientes na regulação e de monitoramento informatizado com o mapa de leitos de UTI no Estado foi apontada como prioridade pelo MP. Neste sentido, ficou definida a criação de projeto para acompanhamento de um sistema de regulação estadual.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) Saúde, Érico de Pina, adianta que um software de regulação foi fornecido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo para que seja adaptado ao Estado de Goiás, com capacidade para centralizar as regulações de todas as regionais e mapear vagas, permitindo um acesso rápido aos dados. Iniciativa que vai dar suporte às deliberações tomadas na reunião promovida pelo MP, avalia o promotor.
Participaram da reunião no MP o secretário estadual da Saúde, Leonardo Vilela, além dos secretários de Saúde de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia, respectivamente Fernando Machado, Luiz Carlos Teixeira Silva Júnior e Vânia Cristina Oliveira. Participou também do encontro a superintendente de Controle, Avaliação e Gerenciamento das Unidades de Saúde (SCAGES), da Secretaria Estadual de Saúde, Maria Christina de Azeredo Costa Reis. (Com assessoria MP-GO)