Secretária estadual de Educação detalha como pasta irá enfrentar o coronavírus
16 março 2020 às 15h07

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“Com quem essa crianças irão ficar? Hoje e amanhã nossas 40 coordenadorias regionais e os nossos gestores estão focados nessa pergunta”, afirma Gavioli

A secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, informou que nesta segunda-feira, 16, as escolas estaduais receberam os alunos normalmente. A titular da Seduc detalhou que os alunos foram acolhidos e estão recebendo orientações sobre o coronavírus, por meio de vídeos , textos e outros materiais educativos sobre o tema. “As crianças que já deixaram de ir não terão quaisquer prejuízo”, explica.
“A partir de amanhã sabemos que o fluxo de crianças vai reduzir a 10%, ou seja de um total de 531 mil alunos teremos no máximo cerca de 50 mil alunos frequentando a escola. Na quarta-feira, 18, não teremos alunos nas unidades escolares do Estado por 15 dias”, afirma a secretária. Nesta data, inicia-se o recesso dos professores.
Gavioli explica que o governo entende que muitos pais também não estão preparados para receber essas crianças em casa, e elas podem acabar sendo levadas para as casas dos avós, que fazem parte do grupo de risco da pandemia. “Nós tínhamos que fazer um trabalho no qual as aulas fossem paralisadas, mas as escolas conseguissem perguntar: Com quem essa crianças irão ficar? Hoje e amanhã nossas 40 coordenadorias regionais e os nossos gestores estão focados nessa pergunta”.
A partir desse levantamento, será possível mapear quantos alunos irão para a casa de idosos e estabelecer um planejamento em relação à situação. “Vamos cuidar da saúde das pessoas, organizar para onde essas crianças irão, veremos também de que forma essas crianças irão se alimentar, pois sabemos que muitas dependem da alimentação na escolar. Então vamos sentar com sindicato, comitê de educação e vamos discutir se os 15 dias serão adiantamento das férias ou se haverá reposição”, detalha Fátima.
Ao final desses 15 dias, a Seduc espera que os alunos possam voltar a ter aulas. Caso isso não seja possível, podem ser feitas resoluções para permitir o envio de listas de atividades para serem feitas em casa e a disponibilização de aulas gravadas de 30 minutos, para os alunos que tenham acesso a essa possibilidade.
Alimentação
Segundo Gavioli, muitas merendeiras já se disponibilizaram a trabalhar para que a alimentação dos alunos não seja interrompida. Neste caso o alimento não seria fornecido coletivamente, para se evitar aglomerações. mas o alimento será disponibilizado para que seja levado para casa. “Isso será avaliado após o recesso de 15 dias”, esclarece.
Caso alguma criança não tenha condições de ser acolhida pelos familiares, após o recesso, a secretaria não descarta a possibilidade de atendimento individual. Caso a criança precise ficar na casa dos avós será analisado o risco para o idoso e também serão fornecidos álcool gel e mascaras para evitar a exposição dos avós ao coronavírus.
Escolas particulares
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Roberto de Castro, destacou que muitas escolas particulares já suspenderam as aulas em Goiás. “No entanto, as escolas abriram as portas e e recebeu os alunos para prestar esclarecimentos. Acredito que a partir de manhã já não tenhamos escolas abertas”, explica.
“Tudo o que o órgão de saúde indicar será feito. É importante que a sociedade trate o assunto com seriedade e se foi definido que afastar os alunos das escolas é o melhor, isso será feito”, conclui o presidente do Sepe.