Comissão de Educação da Câmara de Deputados aprovou requerimento de audiência pública, a fim de debater essa possibilidade com a sociedade

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, encabeçado pelo Brasil e assinado por sete países em 2006, pode ser revogado. Isso, porque a Comissão de Educação da Câmara de Deputados aprovou requerimento de audiência pública, a fim de debater essa possibilidade com a sociedade. A justificativa é que ele pode impactar negativamente na alfabetização brasileira e em relação ao Direito Internacional.

Como representante da OAB Nacional, o professor Carlos André, que é autor dos livros “A nova ortografia da língua portuguesa” e “Na ponta da língua”, participou no Senado durante o acordo e em reuniões em Portugal. Para ele, o impacto da revogação será negativo.

“A criança que não foi alfabetizada com trema, agora terá que aprender? Parece que não há uma construção na educação brasileira, são sempre ‘puxadinhos’. Se aprovado [a revogação], o impacto será negativíssimo para a alfabetização, no que está relacionado à grafia. Outro ponto negativo é em relação às Relações Internacionais, pois o Brasil passará a ser visto como um país que não tem política de estado, mas sim de governo”, afirma.

Acordo

Segundo o professor, como o Brasil é um dos signatários com maior número de habitantes, sua saída, se ocorrer, pode enfraquecer o acordo de 2006. Para ele, “com a nossa ausência, há uma tendência que outros deixem de assinar”. Por fim , André aponta que somente a área editorial seria beneficiada. Isto, porque haveria “nova atualização” ortográfica da língua e haveria grande demanda por impressões.