SD e PRD oficializam federação com comando nacional do PRD, mas arranjo nos estados ainda será definido

25 junho 2025 às 16h27

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O SD e PRD oficializaram nesta quarta-feira, 25, a composição em torno de uma Federação, em Brasília. O grupo já definiu que o comando da federação será de Ovasco Resende, atual secretário executivo do PRD. Paulinho da Força deverá ocupar a vice-presidência.
O goiano Jorcelino Braga (PRD), que é secretário-geral do PRD, disse que a Executiva Nacional será composta por oito membros, sendo quatro de cada partido, mas as definições sobre a coordenação da federação será feita “num futuro próximo”. “Essa federação nasce em cima do propósito da verdade, transparência e da ética”, disse Braga.

O evento contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), da deputada federal Magda Mofatto, do presidente nacional do SD, Denes Pereira e dos deputados estaduais Cristiano Galindo, Wagner Camargo Neto e Coronel Adailton.
Projeto de centro
O ex-senador pelo distrito federal José Reguffe disse que o Brasil vive uma polarização que faz mal para o país. “Não se discute um projeto sério de desenvolvimento nacional de longo prazo. Um lado só sabe fazer críticas ao outro, mas não apresentam projeto de país”, disse. Ele completou dizendo que a federação irá ocupar um espaço vazio na política brasileira: a do centro democrático.
Deputada e pré-candidata senadora, Marília Arraes, comemorou a formação da aliança e avalia que a composição deixará a bancada de ambos as legendas mais forte. “É uma federação que teve a capacidade de unir lideranças”.
O SD é presidido nacionalmente pelo deputado Paulinho da Força, de SP, já o PRD está sob o comando do ex-deputado Marcus Vinicius, do Rio de Janeiro. A Federação pode indicar apoio a candidatura de Ronaldo Caiado (UB) à presidência e também disputa o passe do governador goiano.
Partido que nasceu da força sindical e esteve alinhado com os governos do presidente Lula (PT) durante anos, o SD, ou Solidariedade, caminha rumo à alianças mais a direta. O nome de Caiado aparece na lista de favoritíssimos de Paulinho da Força, mas pode ser difícil pagar o passe do governador mais bem avaliado do país apoiado por uma Federação com uma centena de deputados federais.
O bloco do SD e PRD preveem que com a Federação, a bancada no Congresso passará a ter 12 deputados federais. A tônica do partido é “equilíbrio, longe da polarização, perto do povo e com trabalho de verdade na defesa da democracia”.
As federações partidárias unem duas ou mais siglas por, no mínimo, quatro anos. Pelas regras, as legendas passam a atuar como uma só — o que significa que, nos cálculos de distribuição de recursos, os desempenhos são somados.
Presidente nacional do SD, Paulinho da Força diz que a federação não é apenas uma alternativa de sobrevivência, mas a complementação de forças dos trabalhadores, pequenos empresários, do pequeno agricultor e da indústria nacional. “Ao lado do PRD, com quem compartilhamos uma trajetória de diálogo, assumimos uma missão de formar uma federação partidária para enfrentar o Brasil real”, discursou.
Goiás
Em Goiás, a união pode perder a única deputada da aliança Magda Mofatto. A avaliação de que a Federação não a favorece na candidatura de reeleição, a deputada deve buscar abrigo no PL.
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Para os deputados estaduais o movimento de união entre as siglas representa não só uma tentativa de fortalecimento das legendas para 2026, mas também uma investida para tentar driblar a cláusula de barreira. Com quatro deputados estaduais, a bancada do SD vê a aliança como uma convergência de forças equivalentes. O PRD tem um deputado estadual, Cristóvão Tormin
Wagner Neto se referiu à federação como ““saída importante para fortalecer um grupo político já forte, tanto na chapa estadual quanto federal”. No comando da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Neto diz que a equivalência de forças não permitirá que uma sigla se sobreponha à outra.
Já o Coronel Adailton, também do Solidariedade, lembrou que as tratativas para a federação acontecem já há algum tempo, e que o ato desta quarta-feira no Congresso servirá para concretizar a união de “dois partidos de igual musculatura que se somam para fazer um partido grande”.
“Haveremos de cumprir as cláusulas necessárias e trabalhar para montarmos uma chapa muito boa para deputado federal e uma chapa ótima para deputado estadual”, declarou.
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