Saiba quem foi a dona do maior bordel do Brasil e como está o estabelecimento hoje
01 agosto 2025 às 15h53

COMPARTILHAR
A história de Eny Cezarino, a famosa dona do maior bordel do Brasil, é um marco na cidade de Bauru, no interior de São Paulo. Entre as décadas de 1950 e 1980, sua mansão de 12 mil m² com 40 dormitórios, duas suítes, restaurante, bar, cozinha, piscina e um belo jardim de rosas atraía senadores, empresários, celebridades e turistas para a cidade.
Localizado no trevo da entrada de Bauru, o icônico Restaurante Eny’s Bar chamava atenção com um letreiro de neon visível de longe. No auge, o bordel chegou a abrigar mais de 70 prostitutas, que formavam o “buquê” de mulheres mais bonito do Brasil.
Hoje, o local está fechado e abandonado, sem o glamour que marcou sua história. Nascida em 23 de abril de 1917, em São Paulo, Eny Cezarino — registrada erroneamente como “Emy” — foi filha de imigrantes italiano e francês.
Fugiu da família para trabalhar como prostituta no bairro do Bom Retiro (SP), depois passou pelo Rio de Janeiro, Porto Alegre e Paranaguá até descobrir as oportunidades em Bauru.
Entre 1950 e 1970, Bauru cresceu exponencialmente, tornando-se o principal centro do interior paulista graças à sua localização estratégica e desenvolvimento industrial. Eny viu nessa cidade uma chance de investir e abrir seu próprio negócio.
A ascensão e influência de Eny em Bauru
Começando a trabalhar na Pensão da Dona Nair, Eny economizou para comprar um ponto movimentado no centro da cidade. Posteriormente, adquiriu o terreno na Rodovia Marechal Rondon, onde estabeleceu seu famoso bordel após a remoção dessas casas do centro da cidade.
Além do trabalho das prostitutas, Eny aumentava seus lucros com a venda de bebidas e se tornou uma figura neutra politicamente, mantendo boas relações com importantes autoridades locais, como o ex-prefeito Nicola Avallone Junior.
Conhecida também pela sua generosidade, Eny realizava doações frequentes de alimentos e ajuda a populações carentes em Bauru. Sua história foi detalhada no livro Eny e o Grande Bordel Brasileiro, de Lucius de Mello, finalista do Prêmio Jabuti em 2003.
As “garotas da Eny” mantinham ficha limpa, exames médicos regulares e um padrão elevado de qualidade, refletindo o luxo do bordel e o perfil exigido dos clientes. O local era palco de festas privadas para políticos, celebridades e empresários, com nomes como Vinícius de Moraes, Sérgio Reis e Jânio Quadros entre os visitantes.
Após o fechamento do bordel em 1983, a mansão chegou a ser usada para festas, mas hoje permanece fechada e em estado de abandono. Mudanças nos costumes, a concorrência dos motéis e problemas financeiros levaram Eny a vender o imóvel. Ela faleceu em 1987.
Leia também:
