O Partido Liberal (PL) foi o principal doador de recursos para Jair Bolsonaro (PL) entre 1º de março de 2023 e 5 de junho de 2025, segundo dados obtidos pela Polícia Federal junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O partido transferiu R$ 1,1 milhão para as contas do ex-presidente, que tenta arrecadar mais dinheiro para mobilizações políticas e deslocamentos estratégicos, com o objetivo de ampliar apoio popular e político e pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a conceder anistia a envolvidos em atos golpistas.

Ainda de acordo com o levantamento, publicado na sexta-feira, 22, pelo UOL, Bolsonaro recebeu cerca de R$ 44,3 milhões em pouco mais de dois anos, incluindo grandes quantias e transferências menores via PIX.

Maiores doadores de Jair Bolsonaro

Além do PL, outros financiadores aparecem no ranking da PF:

  • 2º lugar – Onco Star SP, empresa de saúde da Rede D’Or São Luiz, do médico Jorge Moll Filho: R$ 50 mil;
  • 3º lugar – Rogério Martins Berti, empresário do agronegócio (SP): R$ 34,6 mil;
  • 4º lugar – José Alves Filho, sócio da farmacêutica Vitamedic (GO): R$ 19.001;
  • 5º lugar – Marcos C. de Oliveira Venda, da Shoppinteligente (SP): R$ 14.132;
  • 6º lugar – José Luiz Calheiros de Albuquerque: R$ 10,1 mil;
  • 7º lugar – Pedro R. Antunes Freitas: R$ 9,9 mil;
  • 8º lugar – João Bosco Jofre (SP): R$ 9.001;
  • 9º lugar – Sérgio Cardoso de Almeida Neto, empresário imobiliário (SP): R$ 4.900;
  • 10º lugar – Sérgio Cardoso de Almeida Filho, do agronegócio (SP): R$ 4.900.

Atualmente, Jair Bolsonaro é réu no inquérito que apura a trama golpista de 8 de janeiro e será julgado no STF em 2 de setembro. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar e medidas cautelares por risco de fuga e por tentativa de atrapalhar as investigações.

Segundo a PF, o pastor Silas Malafaia teria orientado a família Bolsonaro a pressionar o Supremo pela anistia. O religioso, embora não seja investigado formalmente, é um dos aliados mais próximos do ex-presidente.

Interferência estrangeira e sanções contra o STF

As apurações também mostram que Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mantêm interlocução com aliados do presidente norte-americano Donald Trump, em articulação internacional contra o Brasil.

Dessa relação, surgiram medidas hostis dos Estados Unidos, como tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras; suspensão de vistos para ministros do STF; e aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe.

Na prática, a sanção bloqueia eventuais bens e ativos de Moraes em território norte-americano e impede transações financeiras em seu nome. O magistrado, no entanto, declarou não possuir patrimônio nos EUA.

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