A agência Bloomberg informa que o goiano Joesley Batista — sócio da multinacional JBS — se encontrou com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com o objetivo de convencê-lo a renunciar. Ele teria atendido um “pedido” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump exige a renúncia de Nicolás Maduro, que está sob ameaça de ser retirado do poder por tropas americanas. O presidente da Venezuela — um dos países que mais produzem petróleo no mundo — chegou a conversar por telefone com o presidente americano. Apesar da pressão, cada vez mais intensa, o ditador reluta em renunciar. Porque teme ser preso.

Nicolás Maduro: presidente da Venezuela teme ser preso, por isso hesita em renunciar | Foto: AFP

A Bloomberg garante que a reunião entre Joesley Batista e Nicolás Maduro ocorreu no dia 23 de novembro. O encontro se deu logo após Trump ter ligado para o presidente da Venezuela.

O que se está oferecendo ao ditador, de acordo com a diplomacia americana, é uma transição pacífica. Agência sugere que o empresário brasileiro — nascido em Anápolis, cidade de Goiás — é , aparentemente, um dos “mediadores” do líder americano do norte.

Apesar das conexões entre Joesley Batista e Trump, que têm conversado pessoalmente (na Casa Branca), autoridades do governo americano disseram que sua missão não é oficial. Noutras palavras é positiva, mas não autorizada pelo governo do líder republicano.

A holding J&F AS, da família Batista, apressou-se a informar: “Joesley Batista não é representante de nenhum governo”. Qual interesse em conversar com Nicolás Maduro, sobre renúncia, não ficou explícito. O que reforça a conexão Trump & Joesley.

donald-trump-960x540
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, exige renúncia de Nicolás Maduro | Foto: Reprodução

Oficialmente, a Casa Branca decidiu não tecer comentários sobre a reportagem da Bloomberg, que é seria e não publica fake news. O governo do Venezuela não confirmou à agência as razões da visita.

Trump continua insistindo que o Cartel de los Soles, que trafica drogas, é, além de uma “organização terrorista”, “liderada” por Nicolás Maduro e aliados. O que reforça a possibilidade de, pós-renúncia, o presidente ser preso e julgado.

O governo de Nicolás Maduro nega ter envolvimento com o tráfico e afirma que o tema é usado para justificar uma possível intervenção americana na Venezuela.

Bloomberg diz que a Pilgrim’s Pride Corp (da família Batista), que produz frango nos Estados Unidos, doou 5 milhões de dólares ao comitê de posse do republicano Trump. Trata-se, de acordo com a agência, da maior doação individual.

Agência acrescenta que a JBS e Nicolás Maduro articularam, há alguns anos, entabularam um acordo de 2,1 bilhões de dólares para garantir a venda de carne de gado e frango à Venezuela. O que teria contribuído para reduzir, em parte, a inflação.