Técnicos avisam que não seria possível fazer essa mudança em tempo hábil para o segundo turno, no dia 29

Ministro do STF, Luís Roberto Barroso | Foto: TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliou que a retomada do antigo sistema de apuração de votos custaria R$ 100 milhões adicionais às despesas geradas pelas Eleições Municipais de 2020. Além disso, os técnicos do TSE afirmam que não haveria tempo hábil para essa mudança antes do segundo turno eleitoral, no dia 29 de novembro.

Até 2018, os boletins das urnas eram transmitidos para os computadores dos tribunais regionais eleitorais, que totalizavam os votos e enviavam o resultado para o TSE em Brasília. Nestas eleições, os votos foram todos enviados para a Capital, de modo a centralizar a contagem.

De acordo com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, a centralização dos votos em Brasília foi uma recomendação da Polícia Federal, por razões de segurança. A mudança na apuração foi aprovada na gestão da ministra Rosa Weber na presidência do Tribunal.

Barroso admitiu que este pode ter sido o motivo para a demora da contagem de votos, mas afirma que “embora tenha dito que não tinha simpatia pela medida, eu também a teria tomado, porque era recomendação técnica de relatório minucioso da PF a esse respeito”.

O presidente do TSE também relatou que houve uma falha técnica em um dos processadores do supercomputador que processa a contagem dos votos, o que causou atraso de cerca de três horas na divulgação dos resultados.

Custos

Luís Roberto Barroso afirmou que, para além dos R$ 100 milhões necessários para a restauração do antigo sistema, um custo de R$ 20 milhões anuais seria obrigatório para manutenção. De acordo com o tribunal, a rede antiga, que estabelecia a totalização dos votos pelos TREs, foi desativada.