Relator de CPI diz que impressiona a quantidade de faculdades irregulares em Goiás
01 maio 2018 às 18h41

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Comissão investigativa da Assembleia ainda está na fase de oitivas para apurar denúncias de estelionato e venda de diplomas falsos

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de Goiás que investiga universidades particulares no Estado ainda está em sua fase de oitivas, mas, segundo o relator do colegiado, deputado Simeyzon Silveira (PSD), é impressionante a quantidade de instituições atuando de forma irregular.
“Estamos de certa forma impressionados com a quantidade de entidades que atuam entre as faculdades e o consumidor, formando institutos e escolas que não têm regulamentação para oferecer os cursos, mas que fazem captação de alunos e, posteriormente, parcerias com as faculdades para chancelar os diplomas”, disse o relator, explicando uma das formas de fraude utilizadas.
“Muitas vezes, essas instituições não conseguem a chancela e acaba lesando os alunos. É enorme o número de alunos que estão hoje dentro desses institutos ou escolas, achando que estão fazendo um curso superior quando não estão. Um dos casos que estão sendo apurados, a escola está com todo seu material om a logomarca de uma faculdade daqui de Goiânia, mas a própria faculdade negou qualquer participação ou vínculo com a instituição”, relatou em entrevista recente ao Jornal Opção.
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A CPI foi criada após requerimento do deputado Talles Barreto (PSDB) que, no ano passado, começou a receber denúncias do Conselho Estadual de Educação (CEE) e do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás (Semesg) sobre expedição de diplomas universitários de cursos irregulares.
No começo, pelo menos 18 faculdades eram alvos das investigações. Agora, o relator diz que é difícil precisar esses números. “Desde o início da comissão, muitas outras denúncias chegaram até nós. Bem como, algumas suspeitas de irregularidades não foram concretizadas. Não queremos ser irresponsáveis em anunciar nomes antes de apurar tudo com cautela. Vamos ouvir a todos e apurar documentação para elaborar um relatório responsável”, afirmou.
Além das irregularidades quanto às faculdades, a CPI também vai abordar o problema da compra de diplomas.
“O Crea [Conselho Regional e Engenharia e Agronomia] nos passou uma relação de 70 nomes de pessoas que apresentaram diplomas falsos. É um volume muito grande de pessoas que cometeram esse crime e que pode nos levar à essa fábrica de diplomas que atua no nosso Estado”, disse.
Simeyzon informou ainda que a CPI trabalha em conjunto com a Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Federal, bem como os conselhos profissionais para ajudar na identificação de falsificadores e compradores de diplomas.