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Deputada federal negou que PR tenha decidido não votar a pauta para evitar desgaste político

Deputada federal Magda Mofatto | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Após anúncio na GloboNews, de que líderes dos três principais partidos do centrão – PP, PR e PSD – afirmaram que não há condições de aprovar a reforma da Previdência, a deputada federal Magda Moffato (PR-GO) disse que “ainda não houve discussão sobre o assunto” nem em Goiás nem nacionalmente no que diz respeito ao Partido da República (PR).

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Em entrevista ao Jornal Opção, Magda afirmou que, mesmo que se a declaração fosse verdade, sua intenção é de que a reforma seja votada. “Se não reformar, não vai ter dinheiro para ninguém”, justificou.

Sem declarar oficialmente seu voto, a parlamentar disse que a reforma é necessária para que o país se recupere do déficit econômico em que se encontra. “Sou contra tirar algo de alguém, mas aquele que ganha pouco, o trabalhador braçal que precisa de proteção do Estado, a população em geral, não será prejudicada em nada”, acrescentou.

Segundo ela, o objetivo da reforma é frear excessos de regalias. “Os únicos que terão algum prejuízo são aqueles com salários altos e aposentadoria precoce”, garantiu.

De acordo com a matéria da GloboNews, os fatores que os líderes dos PP, PR e PSD alegam para não votarem a pauta são o desgaste de terem votado contra o prosseguimento da denúncia contra Temer e por ser véspera de ano eleitoral. Para Magda, a possibilidade de desgaste existe, mas os políticos não podem se basear nessa premissa. “Não vou me pautar com egoísmo nem pensando na minha próxima eleição”, afirmou.

De acordo com a deputada mais rica do Congresso, existem funcionários na Câmara que ganham mais que um deputado federal e podem se aposentar com 45 anos com salário integral. “Isso tem que acabar. Conheço uma pessoa que, com 49 anos, correu para se aposentar antes da reforma com um salário altíssimo. Isso não pode mais”, afirmou.

Segurança pública

Para Magda, a reforma da Previdência não pode englobar policiais. “Um policial de rua de 50 anos não consegue correr atrás de um bandido de 20”, explicou.

Segundo ela, é preciso que os policias tenham aposentadoria diferenciada, desde que não trabalhem em funções de gabinete.

Temer

Além de vários fatores, os líderes do Centrão estariam receosos com o fato de  que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa oferecer nova denúncia contra o presidente Michel Temer por obstrução de Justiça.

Sobre isso, Magda, que votou pela rejeição da admissibilidade da primeira denúncia contra o presidente, disse que o país não suporta outra troca de presidente. “Não tem prova contundente contra o presidente. Existem acusações e delações. Por uma segunda denúncia o país não pode pagar”, finalizou, sugerindo que manteria o voto do último dia 2 em caso de votação por aprovação de nova denúncia.