Hugo Motta reage a Haddad e diz que cortar emendas “é ir contra a população”

09 outubro 2025 às 17h44

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reagiu às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que o governo pode cortar até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares após a perda de validade da MP 1303, medida provisória que buscava alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em entrevista à CNN, Motta afirmou que “cortar emendas é ir contra o interesse da população”, argumentando que os recursos são destinados a ações diretas nas comunidades.
Sem citar Haddad ou o governo federal nominalmente, o deputado criticou o que chamou de “discurso pejorativo” sobre as emendas parlamentares. “Os deputados conhecem as dificuldades de cada cidade em seus estados, e qualquer agente público que continue com esse discurso pejorativo sobre emendas presta um grande desserviço ao país”, afirmou.
O presidente da Câmara defendeu que as indicações parlamentares levam obras e serviços do governo federal aos municípios, beneficiando áreas como saúde, educação e assistência social. “Cortar pagamentos de emendas é decidir contra a população que não terá os benefícios do Executivo Federal chegando na ponta”, completou.
Hugo Motta deve procurar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para dialogar sobre o tema. Segundo interlocutores, ele pretende alertar o governo de que algumas declarações de ministros soam como tentativa de chantagem e podem dificultar votações importantes no Congresso.
Na quarta-feira, 8, a Câmara retirou de pauta a votação da MP 1303, que acabou perdendo validade. Sem os recursos previstos na medida, o governo estima uma frustração de R$ 17 bilhões em receitas.
Haddad afirmou nesta quinta-feira, 9, que, diante do cenário, o corte nas emendas pode ser necessário para garantir o equilíbrio fiscal até o fim do ano.
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