Quem foi Cesar Lattes, brasileiro homenageado pelo Google e que dá nome a avenida de Goiânia

Lattes, uma plataforma acadêmica, e várias ruas e avenidas levam o mesmo nome, inclusive em Goiânia. Sim, os goianos podem encontrar esse nome familiar, se seguirem o suficiente pela Avenida dos Alpes, verão que ela se tornará a Avenida César Lattes. Mas quem é a figura histórica que hoje é celebrada no Google pelo seu aniversário de 100 anos?

Um dos maiores incentivadores e defensores da ciência no Brasil, César Lattes foi um físico brasileiro considerado brilhante. Ele trabalhou com Cecil Powell em um laboratório inglês. Graças ao trabalho do brasileiro, comprovaram uma teoria sobre o comportamento dos átomos que rendeu ao chefe da pesquisa um Prêmio Nobel em física. Foi quando seu renome cresceu exponencialmente.

Nos átomos, até aquele ponto, os cientistas conheciam o núcleo, os prótons (cargas positivas) e os elétrons (cargas negativas). A grande revelação descoberta por Lattes foram os mesons (cargas neutras), uma partícula entre prótons e elétrons. Para isso, ele buscou experimentos em diferentes altitudes e localizações até que conseguisse obter os resultados esperados. Ele recebeu sete indicações ao Nobel, mas não chegou a receber a homenagem.

Porque homenagear César Lattes?

Hoje, lembramos mais de César Lattes no cotidiano através do portal acadêmico Lattes, onde acadêmicos expõe suas pesquisas e currículos. Ou seja, ele leva o nome da plataforma que reúne os dados de pesquisadores e professores brasileiros, na base do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

Além disso, mesmo com o grande sucesso obtido, ele optou por voltar ao Brasil. Junto com outros pesquisadores, ele exaltava a necessidade de se investir em ciência. Ele deu aula na USP e na Unicamp quando voltou às suas origens. “Eles queriam, por exemplo, obter o chamado tempo integral para os professores, que hoje em dia a gente chama de dedicação exclusiva”, contou o professor Ivã Gurgel, da USP à Agência Brasil.

Contexto e motivação

Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Antonio Augusto Videira expôs alguns de seus conhecimentos sobre filosofia e história da ciência em matéria recente da Agência Brasil.

Ele explica que entender como funcionava o núcleo do átomo, como ele se mantém estável e o que o mantinha unido aos prótons era o grande desafio da década de 30. Ou seja, o trabalho de Lattes aconteceu de forma quase simultânea com a segunda guerra mundial, que começou em 1939.

Todos os eventos que aconteceram durante a 2ª Guerra foram por avanços científicos e tecnológicos. Mostraram a importância que a ciência tinha para a segurança de um país, não apenas para a segurança, mas para o desenvolvimento econômico, social e cultural

Antonio Augusto Videira – Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Segundo o estudioso, os cientistas que se juntaram ao Lattes naquela época não pensavam apenas em suas próprias pesquisas e carreiras, mas sabiam que as ciências são interdependentes.

“Para que a física pudesse se desenvolver de forma positiva, ela precisava de químicos, de engenheiros de diversas áreas, ela já precisava de matemáticos”, explica ele.

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