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Para deputado, a impressão é de que nada mudou desde o início da gestão de Ronaldo Caiado (DEM)

Foto: Fernando Leite / Jornal Opção

O deputado estadual Major Araújo (PRP) faz parte da base do govenador Ronaldo Caiado (DEM), mas não abre de sua independência ao analisar e votar matérias, e também na hora de fazer críticas. Segundo ele, a aprovação do governo estadual deve ser inferior ao do federal, por conta de atitudes que ele considera convencionais, como ocorria em governos passados.

“Ainda não vi pesquisa de aprovação do governo Caiado, mas acredito que está inferior a do Bolsonaro”, afirmou Major Araújo. Em 8 de julho, a Folha de S.Paulo publico uma pesquisa do instituto Datafolha que apontava que 33% dos brasileiros consideravam o governo de Jair bom ou ótimo; 31%, regular; e 33%, ruim ou péssimo.

Bolsonaro, segundo o levantamento do instituto, se mantém como o presidente com a pior avaliação, desde a redemocratização. Fernando Collor, aos seis meses de mandato, tinha uma aprovação igual a de Jair, porém sua rejeição era menor (20%).

Conforme Major Araújo, o governador Ronaldo Caiado tem continuado políticas equivocadas. Ele citou, como exemplo, a manutenção das Organizações Sociais (OSs). “Tem que ser revista. Onerou e os resultados não caminham na mesma proporção dos investimentos que são feitos”.

Práticas repetidas

“No que posso contribuir estou contribuindo, mas vou me manifestar sempre. E não contribuo com os equívocos”, afirmou e disse que Caiado tem continuado com políticas consideradas equivocadas por ele.

“O mais escandaloso é na saúde. Um prédio recém-construído, cinco andares, na Av. 136, ao lado da Oi. R$ 4,5 milhões por ano. Se o Estado está falido, vai renovar alugueis caros no alto do Marista? Dizem que este foi revisto. ‘Baixou R$ 100 mil’. O que é R$ 100 mil em um contrato milionário?”, indagou.

Formação da base

Segundo Major, o governador também utilizou comissionados para formar sua base, tal qual o governo passado. “Superintendentes e gerentes, pessoas do governo passado, continuam mandando. Dá a impressão de que não mudou nada e quem apoiou o governo está de fora”, reclamou.

Em outro desabafo, o parlamentar diz que a gestão estadual vende uma área pública “valiosíssima” na 44, que abrigava alguns departamentos da Saúde. “Vai para um aluguel. Acho incoerente”, analisou.

Major aproveitou para dizer que, nesse sentido, trabalha em um projeto de lei para proibir  venda de área pública se for contratar aluguel. “O que se demonstra é que existe um projeto de poder, fazendo base a qualquer custo”.

Porém, apesar das críticas, o parlamentar disse que tiveram alguns avanços. A Secretaria de Educação, conforme lembrou, deixou um aluguel de R$ 700 mil para ir a um prédio próprio. “Vai utilizar esse dinheiro na própria Educação. Mas vejo esta como uma iniciativa própria da secretária [Fátima Gavioli]”, atribuiu os créditos.