Operação Turbulência cumpre mandados judiciais em 18 cidades de Pernambuco. Acusados teriam ainda ligação com crimes investigados pela Operação Lava Jato

A Polícia Federal de Pernambuco deflagrou na manhã desta terça-feira (21/6) a Operação Turbulência, que investiga organização criminosa acusada de movimentar mais de R$ 600 milhões e de realizar lavagem de dinheiro. O grupo atuava em Pernambuco e em Goiás e possui ligações até com os crimes investigados pela Operação Lava Jato.

A operação foi desencadeada a partir da análise de movimentação financeira suspeitas nas contas de algumas empresas envolvendo a compra da aeronave Cessna Citattion prefixo PR-AFA, que caiu com o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em agosto de 2014, em Santos (SP).

Duzentos policiais federais cumprem 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Também estão sendo cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais membros da organização criminosa.

Os mandados judiciais estão sendo cumpridos em 18 localidades em Pernambuco, além do Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre, na Zona Sul da capital. Os agentes estiveram nos seguintes bairros do Recife: Boa Viagem, Pina, Ibura e Imbiribeira (Zona Sul). Espinheiro, Alto Santa Terezinha (Zona Norte), além de Cordeiro e Várzea (Zona Oeste). Também houve ação nas cidades áreas diversas de Jaboatão dos Guararapes, Vitória de Santo Antão, Paulista, Moreno e Lagoa de Itaenga.

Os presos e os alvos conduzidos coercitivamente estão sendo levados para a sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, na área central do Recife. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Desdobramento

A polícia constatou que empresas envolvidas na compra da aeronave que levava Eduardo Camposeram de fachada, constituídas em nome de laranjas. Os sócios investigados são apontados como responsáveis por diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas. Durante as apurações, os agentes chegaram até nomes conhecidos de grupos citados na Operação Lava Jato.

Há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas servia para pagamento de propina a políticos e formação de “caixa dois” de empreiteiras. A Polícia Federal informa que o esquema criminoso sob apuração encontrava-se ativo, no mínimo, desde o ano de 2010.