O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve índices estáveis de popularidade em setembro, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, 17. O levantamento apontou que 51% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 46% a aprovam. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

O resultado mostra um cenário de equilíbrio, especialmente após o impacto do chamado “tarifaço” de Donald Trump, que havia provocado oscilações em julho e agosto. Desde janeiro, quando a Quaest registrou um empate técnico (49% desaprovavam e 47% aprovavam), a diferença entre aprovação e desaprovação não se manteve tão próxima.

Em agosto, a aprovação de Lula havia avançado de 43% para 46%, enquanto a desaprovação recuou de 53% para 51%, o que consolidou a percepção de recuperação após quedas no primeiro semestre. Agora, setembro confirma a estabilidade. Além disso, os índices reforçam que não houve grandes alterações por região, gênero ou escolaridade, já que a maioria das variações se deu dentro da margem de erro.

A principal movimentação ocorreu entre os eleitores mais velhos, com 60 anos ou mais. Nesse grupo, a desaprovação subiu de 42% para 45%, mas ainda há um empate técnico, já que a aprovação está em 53%. Entre jovens de 16 a 34 anos, 53% desaprovam e 43% aprovam, diferença de 10 pontos, um número bem menor do que em março, quando a distância era de 31 pontos.

Já entre pessoas de 35 a 59 anos, os números seguem praticamente inalterados: 51% desaprovam, enquanto 46% aprovam. Nesse caso, a margem de erro é de três pontos percentuais.

Regiões do país

O recorte regional mostra que o Nordeste continua sendo o maior bastião de apoio ao governo Lula, com 60% de aprovação e 37% de desaprovação. No Centro-Oeste e Norte, os índices estão em 45% de aprovação, contra 52% de desaprovação.

Já no Sudeste, região mais populosa do país e decisiva para qualquer governo, 55% desaprovam e apenas 41% aprovam. O Sul segue sendo o ponto mais crítico, com 60% de desaprovação e 39% de aprovação.

Gênero e escolaridade

Entre as mulheres, há empate técnico: 48% aprovam e 48% desaprovam o governo, números praticamente idênticos aos de agosto. Já entre os homens, a desaprovação subiu levemente para 54%, enquanto a aprovação manteve-se em 44%.

No quesito escolaridade, quem possui ensino fundamental apresenta melhor avaliação do governo Lula, com 56% de aprovação contra 41% de desaprovação. Entre aqueles com ensino médio, os índices estão em 42% de aprovação e 55% de desaprovação, uma diferença que já chegou a 27 pontos em julho, mas agora está em 13. Por outro lado, o público com ensino superior segue majoritariamente crítico ao atual governo: 56% desaprovam e apenas 41% aprovam.

Religião e mudanças de percepção

Uma das grandes mudanças nos dados é a oscilação nos índices por religião. O governo Lula mostrou melhora entre os evangélicos, ainda que siga mais rejeitado. Hoje, 61% desaprovam e 35% aprovam, diferença de 26 pontos, essa é a menor desde julho, quando o distanciamento era de 41 pontos.

Entre os católicos, houve queda no apoio. Em agosto, 54% aprovavam e 44% desaprovavam; agora, os números estão em 51% de aprovação contra 46% de desaprovação, configurando empate técnico.

Renda e Bolsa Família

A pesquisa também trouxe recortes por renda familiar e situação de beneficiários do Bolsa Família. Entre os contemplados pelo programa social, a aprovação subiu para 64%, enquanto a desaprovação caiu para 32%. Essa diferença de 32 pontos é a mais favorável ao governo neste ano e representa um avanço em comparação a julho, quando havia empate técnico nesse segmento.

Já entre os não beneficiários, 55% desaprovam o governo Lula e 42% aprovam, números praticamente iguais aos de agosto.

No recorte de renda, famílias que ganham até dois salários mínimos apresentam 54% de aprovação contra 41% de desaprovação. Entre quem recebe de dois a cinco salários, há empate técnico: 52% desaprovam e 46% aprovam. Já nas famílias que ganham acima de cinco salários mínimos, a situação se mantém desfavorável ao governo: 60% de desaprovação contra 37% de aprovação.

Síntese dos números

De acordo com a pesquisa Quaest, os números consolidados de setembro são:

  • Aprovação: 46% (mesmo índice de agosto);
  • Desaprovação: 51% (também estável em relação ao mês anterior);
  • Não sabem ou não responderam: 3%.

O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e entrevistou 2.004 pessoas em todo o país, entre os dias 12 e 14 de setembro.

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