Presidente russo, Vladirmir Putin, afirmou neste domingo, 27, que a força nuclear do país está em “alerta especial”; Ucrânia aceita encontrar diplomatas da Rússia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou ao comando especial do país que coloque as armas nucleares em posição de alerta grave depois de conversar com oficiais militares. Putin afirmou que as nações ocidentais que fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tomaram “ações hostis” em relação ao país e impuseram “sanções ilegítimas”.

Em contrapartida, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, reagiu ao posicionamento do russo e afirmou que a Otan jamais ameaçou a Rússia. “Nós o vimos fazer isso várias vezes. Em nenhum momento a Rússia esteve sob ameaça da Otan ou esteve sob ameaça da Ucrânia”, disse ela à ABC News. “Isso tudo é um padrão do presidente Putin e vamos enfrentá-lo. Temos a capacidade de nos defender, mas também precisamos chamar a atenção para o que estamos vendo aqui vindo do presidente Putin”, acrescentou.

A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, disse que a atitude de Putin é considerada “inaceitável”. “Isso significa que o presidente Putin continua a escalar esta guerra de uma maneira totalmente inaceitável e temos que seguir contendo suas ações da maneira mais forte possível”, disse ela em entrevista à CBS News.

Em concordância, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, comentou sobre os ataques. “É claro que quando você combina essa retórica com o que eles estão fazendo na Ucrânia — travando uma guerra contra uma nação independente e soberana, conduzindo uma invasão completa da Ucrânia — isso aumenta a gravidade da situação”.

Encontro entre diplomatas russos e ucranianos

Depois da declaração de Putin, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se dispôs a enviar uma delegação para conversar com diplomatas russos na fronteira entre Ucrânia e Belarus.

“Concordamos que a delegação ucraniana se reuniria com a delegação russa sem pré-condições [estabelecidas] na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat”, afirma um comunicado de Zelensky poucas horas depois de conversar por telefone com o líder de Belarus, Alexander Lukashenko. “Alexander Lukashenko assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis posicionados em território bielorrusso permaneçam no solo durante a viagem, as conversas e o retorno da delegação ucraniana”, afirma.

Anteriormente, Zalensky afirmou que não se encontraria com uma delegação russa no território da Bielorrúsia pois a invasão russa foi lançada em parte via Belarus. A Rússia e a Belarus não emitiram declarações sobre as negociações mencionadas pela Ucrânia.

Após algumas horas do anúncio das conversas, mísseis Iskander foram lançados de Belarus em direção à Ucrânia, de acordo com o assessor do ministro do Interior da Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, também comentou sobre a declaração de Putin em relação as forças nucleares. “Esta ordem do presidente Putin veio logo após o anúncio sobre as duas delegações prontas para se encontrar. Vemos este anúncio ou esta ordem como uma tentativa de aumentar as apostas e colocar pressão adicional sobre a delegação ucraniana”, disse.

Kuleba acrescentou “Mas não vamos ceder a essa pressão. Abordaremos essas negociações de forma muito simples. Vamos lá para ouvir o que a Rússia tem a dizer e diremos a eles o que pensamos sobre tudo isso. A Ucrânia não está capitulando. Estamos sangrando, mas continuamos nos defendendo com sucesso”.