PSDB e Solidariedade iniciaram nesta semana os preparativos para formar uma federação política com o intuito de atrair outras legendas e se lançar na corrida presidencial de 2026 com um candidato fora do círculo de influência de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo.

Após o fracasso em encontrar uma alternativa eleitoralmente viável aos atuais polos políticos do Brasil, os dirigentes desses partidos se reuniram em Brasília, no restaurante Grand Cru. Presentes estavam figuras proeminentes como Marconi Perillo, líder do PSDB, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Paulinho da Força, fundador do Solidariedade.

Esta tentativa de aliança evidencia a insatisfação do Solidariedade com Lula, apesar de ter feito parte da chapa do petista em 2022. O partido sente que não está entre as prioridades do governo e do PT.

“Não acredito que o Brasil se resuma a esses dois polos que hoje de alguma forma conduzem a política brasileira. Existe espaço para um projeto de centro, e esse projeto precisa nascer ou renascer. Então eu acho que essa federação com Cidadania e ampliada com Solidariedade é o embrião de um projeto que vai atrair outras forças que não se sentem identificadas com esses dois extremos”, disse Aécio, em reportagem da Folha de S. Paulo.

Apesar de ambos os partidos serem relativamente pequenos no Congresso Nacional, com apenas 22 das 513 cadeiras na Câmara e uma única vaga no Senado, a intenção é atrair mais legendas para fortalecer a aliança.

Embora o Cidadania já esteja federado ao PSDB, outros partidos estão sendo considerados, como o Podemos, o PDT e aqueles atualmente alinhados ao governo Lula.

“Algumas que hoje estão ao lado do governo não necessariamente estarão com o governo em 2026. O governo vai chegando ao final, o cenário se altera”, diz Aécio.

“Eu sei o tamanho do estrago que foi feito no PSDB nesse passado recente, sobretudo em 2022, quando a própria direção do partido nos impediu de ter uma candidatura presidencial, para atender outros interesses. Eu sei o dano que isso causou a nós, mas o PSDB continua sendo uma alternativa de poder.”

Conversas preliminares já foram realizadas com Ciro Gomes (PDT), que tentou estabelecer uma terceira via em 2022. O foco atual, no entanto, são as eleições municipais, embora o Cidadania esteja aberto a participar de discussões em prol do campo democrático a qualquer momento.

“Não estamos participando, o que estranhamos, porque é uma federação, e a federação será ampliada em função do desejo dos partidos que dela fazem parte. Isso não quer dizer que seremos contrários à ampliação, mas entendemos que é um debate pós-eleição de 2024”, afirma Comte.

“Estamos aí às vésperas das convenções de eleições que são importantes para o Brasil, são eleições estratégicas para as cidades e para qualquer projeto nacional futuro.”

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