Profissionais de enfermagem se mobilizaram diante do Hospital Regional do Centro-Norte (HCN), em Uruaçu, contra a proposta de alteração da carga horária adotada pela unidade. De acordo com enfermeiros e técnicos, a instituição pretende substituir a atual escala de 12×36 pelo modelo 6×1, no qual o trabalhador atua por seis dias consecutivos e descansa apenas um, em turnos que variam ao longo do dia e da madrugada.

A reivindicação se fortificou após o ato realizado na quarta-feira, 5, que contou com a presença de representantes do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) e do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (SIEG).

Segundo informações do Sistema Estadual de Geoinformação (SIEG), a presidente da entidade, Dionne Hallyson, acompanhou pessoalmente a mobilização no município para dialogar com os trabalhadores e colher demandas. Ainda conforme o SIEG, a pauta chega, na manhã desta quinta-feira, 6, às 11h, à Secretaria Estadual de Saúde, onde está prevista uma reunião para discutir alternativas e eventuais ajustes às propostas encaminhadas pelo hospital.

O novo formato de jornada em debate tem sido o principal alvo de críticas. Hoje, os profissionais atuam na escala 12×36, que assegura 36 horas de descanso após cada plantão. A mudança para o modelo 6×1 prevê três faixas de horário fixas, das 7h às 16h; das 14h às 23h; e das 22h às 7h, com apenas um dia de folga após seis dias consecutivos de trabalho.

Segundo os manifestantes, além de reduzir drasticamente o período de repouso, a proposta tornaria o exercício da função mais cansativo e prejudicial à saúde física e mental das equipes.

Questionado pelo Jornal Opção, o Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED), responsável pela gestão dos hospitais estaduais de Trindade (Hetrin), Formosa (HEF) e Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, afirmou, em nota, que a proposta cumpre todas as exigências legais.

Segundo a instituição, “foram publicados editais com o objetivo de contratar profissionais para atuação em escala de oito horas diárias. A escala de 8 horas diárias, assim como a de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, está prevista e amparada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Dessa forma, a mudança de um tipo de jornada para outro está plenamente dentro da legalidade”.

O IMED também declarou que há boa receptividade em relação ao novo modelo, destacando que “muitos profissionais demonstram preferência por essa modalidade de jornada, o que é comprovado pelo expressivo número de currículos recebidos, evidenciando sua boa aceitação por parte de muitos trabalhadores”. A gestão, contudo, pondera que a possível transição ainda está em análise, especialmente quanto à forma de implantação, que pode ocorrer de modo total ou parcial. A entidade acrescenta que, caso haja alteração definitiva, “todas as equipes serão devidamente informadas sobre eventuais mudanças, no momento oportuno”.

Confira nota completa:

“O Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento – IMED, responsável pela administração dos hospitais estaduais de Trindade (Hetrin), Formosa (HEF) e Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, esclarece que foram publicados editais com o objetivo de contratar profissionais para atuação em escala de oito horas
diárias.

A escala de 8 horas diárias, assim como a de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, está prevista e amparada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Dessa forma, a mudança de um tipo de jornada para outro está plenamente dentro da legalidade.

Cabe destacar que muitos profissionais demonstram preferência por essa modalidade de jornada, o que é comprovado pelo expressivo número de currículos recebidos, evidenciando sua boa aceitação por parte de muitos trabalhadores.

De todo modo, a possível alteração das escalas ainda será objeto de análise, especialmente quanto à forma de sua implantação, que poderá ocorrer total ou parcialmente. Após essa avaliação, todas as equipes serão devidamente informadas sobre eventuais mudanças, no momento oportuno.

Assessoria de comunicação do IMED

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