Proprietário de imóvel locado à Prefeitura de Goiânia afirma não ter recebido aluguéis em dia
08 julho 2019 às 08h12

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Hugo Teodoro Vasconcelos é dono do local onde funciona a Casa de Acolhida Cidadã, e prestou depoimento, à CEI da Semas

O vereador Felisberto Tavares (PR), presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades na Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), afirmou ao Jornal Opção que vai convocar todos os proprietários de imóveis locados pela Secretaria.
Na quinta-feira, 4, membros da comissão ouviram o administrador de empresas Hugo Teodoro Vasconcelos Rodrigues, proprietário do imóvel na Rua 20, no Setor Central, onde já funcionou o Hospital Maria Auxiliadora e, posteriormente, uma unidade da Casa de Acolhida Cidadã.
“Vamos ouvir os proprietários dos imóveis locados, os signatários destes contratos por parte da secretarias, secretário Robson, secretária Maristela”, afirmou, referindo-se aos ex-titulares da Semas.
Felisberto Tavares revelou que está em formatação um pré-relatório que será apresentado antes do recesso parlamentar. “Estamos buscando subsídios para que a gente conclua o relatório bastante consistente com a realidade que nós deparamos”, frisou.
Proprietário do imóvel da Rua 20 é ouvido pela CEI
Felisberto Tavares, Anselmo Pereira (PSDB), relator; e os demais membros da Comissão, Emilson Pereira (Podemos), e Jair Diamantino (DC), questionaram o administrador sobre detalhes do contrato de locação do prédio para a Prefeitura de Goiânia.
Hugo Teodoro explicou que, antes de ser alugado para a Prefeitura, o imóvel encontrava-se à venda. O valor pedido, à época, era R$ 2,7 milhões. “A Prefeitura fez contato com a corretora e informou que não tinha recursos para a compra do imóvel naquele momento, mas sugeriu que locássemos o prédio até que conseguissem disponibilizar o montante necessário para adquiri-lo”, contou. Segundo ele, a oferta, nesse sentido, incluiu uma permuta: “A proposta foi fazer a permuta do imóvel por uma área no Setor Faiçalville 4, próximo ao Macambira. Disseram que, como esse processo iria demorar muito, e eles (a Prefeitura) precisavam da Casa de Acolhida, assinaríamos, até lá, um contrato de locação”.
Conforme relato do administrador de empresas, houve, de sua parte, interesse na permuta da área ofertada e fora, então, assinado um Termo de Acordo, bem como um contrato – única oportunidade, alegou Hugo, em que encontrou a então titular da Semas, Maristela Alencar, em junho de 2016. Até dezembro daquele ano, informou, o combinado era que o locador do imóvel deveria receber, da Prefeitura, aluguel mensal no valor de R$ 25,6 mil. “Recebi apenas um mês, dezembro de 2016, e fiquei na expectativa de receber o restante, sempre na promessa”, declarou Hugo, que, em abril de 2017 diz ter desfeito o contrato e ingressou na Justiça para receber os atrasados.
Atualmente, de acordo com a documentação apresentada à CEI pelo depoente, a Prefeitura de Goiânia já está condenada a pagar R$ 260 mil ao ex-locatário da extinta Casa da Acolhida da Rua 20. Cabe recurso. Hugo Rodrigues pede ressarcimento também pelas condições em que recebeu o imóvel.