COMPARTILHAR

Grupo de aproximadamente 20 grevistas protestava na Assembleia Legislativa quando embate com seguranças teve início. Spray de pimenta foi usado

Professores são agredidos pela Polícia Legislativa | Foto: Jornal Opção
Professores são agredidos pela Polícia Legislativa | Foto: Jornal Opção

Alexandre Parrode e Sarah Teófilo

Integrantes da Mobilização Professores de Goiás entraram em confronto com a Polícia Legislativa, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), após confusão nesta terça-feira (26/5). Pelo menos três pessoas ficaram feridas.

Um grupo de aproximadamente 20 professores da rede estadual de ensino protestava na galeria da Casa, quando o presidente Helio de Sousa suspendeu a sessão para reunião relativa ao Conselho de Ética. Em seguida, o grupo saiu e, fora do local, se vestiu com sacos de lixo. A pretensão era protestar nos corredores da Assembleia. “Nos vestimos de lixo porque lá dentro só tem lixo”, disseram.

Entretanto, não conseguiram entrar. Logo na porta, foram abordados por policiais legislativos e impedidos de entrar. Com as portas da Assembleia fechadas, os professores tentaram furar o bloqueio da Polícia Legislativa e foi quando as agressões começaram.

Professora Ana Flávia | Foto: Sarah Teófilo
Professora Ana Flávia | Foto: Sarah Teófilo

Os grevistas relataram que levaram socos e uma delas, Ana Flávia, foi arremessada no chão, como pode ser visto no vídeo. “Tentávamos fazer uma manifestação pacífica e simbólica. Iríamos recolher todo o material após o ato”, lamenta Ana, professora de Biologia, que alegou que a polícia legislativa utilizou spray de pimenta contra ela.

A reportagem do Jornal Opção Online, assim como outros integrantes da imprensa, sentiram o cheiro do produto. Em entrevista, o sub-chefe da polícia, Clayton Barros, afirmou que houve a utilização de spray de pimenta, mas que não sabe dizer se foi por parte dos guardas ou dos professores. Clayton assegura que a Assembleia não fornece o produto aos servidores e que irá apurar questão.

O sub-chefe ainda disse que a informação que chegou até ele é que a confusão começou após um dos seguranças levar um soco. Questionado sobre excessos, o sub-chefe disse que houve apenas por parte dos professores. “Eles provocam demais, chutam por baixo, ninguém vê. A orientação é não revidar, mas às vezes o ser humano é ser humano. Tem nervo também”, relatou. Clayton disse ainda que não houve agressão. “Se houve, eles vão representar”, disse.

O grupo “Mobilização Professores de Goiás”, composto por 21 mil pessoas, não faz parte do sindicato dos professores. Antes da confusão, eles explicaram que estavam ali para reivindicar a permanência dos direitos adquiridos. Estamos aqui para cobrar que não os deputados não votem a favor do governo”, disse Taíssa Prudente, integrante do grupo.

*Texto atualizado no dia 27/5

A Assembleia Legislativa divulgou nota oficial sobre o ocorrido:

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás suspendeu os trabalhos da sessão ordinária, durante o Pequeno Expediente, em razão de tumulto provocado por manifestantes presentes na galeria do Plenário Getulino Artiaga. Em seguida, os deputados foram ao Auditório Solon Amaral, onde aconteceu a instalação do Conselho de Ética.

Estes manifestantes, alguns encapuzados, tentaram invadir a Assembleia Legislativa, provocando tumulto. Na defesa do Parlamento, a Polícia Legislativa tentou conter o grupo, resultando em confronto físico. Os ânimos foram acalmados com a intervenção da Polícia Militar, que criou um cordão de isolamento.

O Chefe da Polícia Legislativa, José Luzia, foi agredido enquanto tentava conter os manifestantes. Por orientação da Polícia Militar, foi à Delegacia registrar o Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e a realização de exame de corpo de delito. A Polícia Legislativa não se vale de nenhum tipo de armamento ou qualquer instrumento defensivo.

A Mesa Diretora, por meio do presidente Helio de Sousa (DEM), lamenta o ocorrido e tomará todas as providências para esclarecer responsabilidades e as medidas necessárias para evitar que fatos dessa natureza voltem a ocorrer.

Veja abaixo vídeo da confusão: