O aumento de aproximadamente 30% no Imposto Territorial Rural (ITR) em Caçu gerou insatisfação entre produtores rurais do município, que se reuniram na Câmara Municipal para discutir o tema e pressionar a administração a rever a decisão.

O presidente do Legislativo, André Camargos (PP), relatou ao Jornal Opção que o reajuste foi considerado abusivo e já motivou a formalização de um pedido coletivo ao prefeito. Segundo o parlamentar, a alteração foi feita a partir de uma reavaliação dos valores venais das propriedades rurais, definida pela prefeitura e repassada à Receita Federal.

“Os produtores nos procuraram porque a pauta do valor da subvenal das fazendas foi alterada. Isso implica diretamente no ITR, que neste ano teve um reajuste médio de 30% em relação aos últimos dois anos”, explicou.

A reportagem tentou contato com o prefeito de Caçu Kelson Vilarinho (UB), mas as ligações não foram atendidas. O espaço permanece aberto para manifestação da administração municipal.

Uma reunião convocada pelos próprios produtores ocorreu nesta semana na Câmara Municipal e contou com a participação de cerca de 70 pessoas. O encontro tinha como objetivo debater alternativas e cobrar a presença da administração municipal.

“Foram convidados o prefeito, o secretário de Agricultura e até o vice-prefeito. Nenhum deles veio ou mandou representantes. Isso gerou ainda mais indignação entre os produtores”, afirmou Camargos.

Durante a reunião, os presentes decidiram redigir e assinar um ofício solicitando que o prefeito volte atrás no aumento. O documento já foi protocolado na prefeitura e a categoria agora aguarda a resposta oficial.

“Foi deliberado que fizéssemos um ofício cobrando o recuo da administração sobre esse aumento abusivo. Todos assinaram, e agora estamos aguardando a posição do prefeito”, disse o presidente da Câmara.

Camargos esclareceu que, diferentemente do IPTU, o reajuste do ITR não passa pela Câmara Municipal. “O município contrata um profissional para elaborar o laudo de avaliação. Aprovado pela administração, o documento é encaminhado à Receita Federal via prefeitura”, ressaltou.

Embora o aumento represente um reforço aos cofres públicos, podendo gerar entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,3 milhão, o impacto sobre os produtores é considerado pesado.

“O convênio com a Receita garante que 100% do valor arrecadado fique no município. Mas o problema é que esse dinheiro sai do bolso do produtor, que já está enfrentando dificuldades. Os preços do leite, da carne e da soja caíram, os custos de produção aumentaram e as propriedades não se valorizaram”, criticou Camargos.

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