“Problemas já existiam quando a nova gestão assumiu e estamos trabalhando para saná-los”, diz diretor da SMS sobre relatório do TCM
05 dezembro 2025 às 19h38

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“Os problemas já existiam quando a nova gestão assumiu e estamos trabalhando para saná-los”. A afirmação é do diretor de Infraestrutura e Logística da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cléris Rodrigues Lopes, e sintetiza o ponto de partida da atual administração diante do relatório do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO), que identificou falhas em 94 unidades de saúde da capital.
Segundo o gestor, o diagnóstico apresentado pelo Tribunal confirma desafios que já estavam mapeados internamente e que agora passam por monitoramento rigoroso até 2028.
A auditoria do TCMGO revelou um cenário crítico em 81 unidades de Atenção Básica e 13 de Urgência e Emergência, incluindo falta de médicos, escassez de medicamentos, ausência de farmacêuticos e técnicos de enfermagem, problemas estruturais e gargalos administrativos.
“O relatório tem mais de 20 apontamentos, mas não estabelece uma escala de gravidade. Ele detalha questões diversas que precisam ser enfrentadas de forma integrada”, explica Cléris. O gestor destaca que o documento não define o que é mais ou menos grave, mas lista itens que compõem um cenário acumulado de deficiências.
“Foram detectados problemas de acessibilidade, climatização, falhas elétricas, mobiliário, equipamentos, recepção, pessoal, placas de sinalização e até demandas do Corpo de Bombeiros. São pontos críticos no geral que precisam ser resolvidos.”
Segundo ele, parte dessas falhas exige ações imediatas, enquanto outras dependem de reestruturação completa. “Estamos falando de um trabalho contínuo. Algumas coisas conseguimos resolver rapidamente; outras demandam planejamento de médio e longo prazo. Os resultados mais efetivos devem aparecer daqui a um ano e meio ou dois anos.”
Após ser notificada, a SMS apresentou um Plano de Ação formal, ajustado duas vezes após devolutivas do Tribunal. “Alguns pontos foram retificados, outros conseguimos justificar tecnicamente. É um plano de metas condicionado ao orçamento, à capacidade operacional e ao plano de governo do município”, diz Cléris.
A meta da gestão é atender pelo menos 80% das exigências do TCMGO até 2028. “A intenção não é apenas cumprir o monitoramento, mas melhorar de fato a cara do sistema de saúde”, afirma.
O monitoramento identificou avanços na rede de urgência, especialmente após reformas e aquisição de novos equipamentos. Já na Atenção Básica, os problemas persistem. Segundo Cléris, a explicação está na estrutura física das unidades.
“As unidades de urgência são próprias e atendem minimamente aos requisitos sanitários e de acessibilidade. Na Atenção Básica, cerca de 40 unidades funcionam em imóveis locados, muitos deles casas adaptadas, resultado de decisões de gestões anteriores.”
Ele ressalta que a substituição desses imóveis é complexa. “Encontrar locais adequados é difícil. E quando há um imóvel disponível na região, às vezes ele não atende aos requisitos técnicos, ou o proprietário não tem interesse em alugar. A comunidade também resiste ao fechamento temporário das unidades. Por isso, estamos trabalhando com novas construções e locações mais adequadas.”
O TCMGO estabeleceu seis ciclos de fiscalização até o final de 2028. Cada etapa exigirá comprovação de avanços e correções. Para Cléris, o processo é desafiador, mas necessário.
“Os apontamentos não são novidade para nós. Já estávamos trabalhando neles internamente. O monitoramento do Tribunal vem reforçar a urgência, mas também organizar as prioridades.”
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