Preso, Nuzman renuncia e deixa presidência do Comitê Olímpico do Brasil
11 outubro 2017 às 17h00

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Carlos Arthur Nuzman é acusado de participação em uma operação de compra de jurados para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016
Carlos Arthur Nuzman renunciou ao cargo de presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), nesta quarta-feira (11/10). Seu sexto mandato se encerraria em 2020. Nuzman foi preso na última quinta-feira (5) no Rio de Janeiro. A carta de renúncia foi lida pelo advogado de Nuzman, Sergio Mazzello, durante a assembleia do COB.
Nesta segunda (9), o pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro para converter a prisão temporária em prisão preventiva foi aceito pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Estado.
O MPF pediu também a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner, ex-diretor do COB e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016.
Os dois dirigentes estão presos desde quando foi deflagrada a Operação Unfair Play – segundo tempo, um desdobramento da Operação Unfair Play, que revelou a compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Protesto
Do lado de fora da sede do COB, atletas e ex-atletas protestavam com cartazes e palavras de ordem pedindo “diretas, já” na entidade. Eles defendem uma reforma no estatuto que dê direito de voto a todos os atletas brasileiros.
“São cerca de 400 mil federados no Brasil que não participam do processo de escolha dos dirigentes do COB”, diz o ex-nadador Djan Madruga, medalhista nos Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 e um dos organizadores do ato. Ele defende a convocação imediata de eleições no comitê olímpico.
Dirigentes da Federação de Tênis do Estado do Rio de Janeiro apoiaram os manifestantes. No ano passado, a entidade fez sua primeira eleição após reformar o estatuto e dar poder de voto a todos tenistas. Até então, apenas os dirigentes de clubes votavam.
“Ainda é um movimento tímido. Com toda uma vida de estrutura antidemocrática, os atletas estão anestesiados e não têm impulso de reivindicação do que é deles, que é o esporte. Mas, aos poucos, acredito que eles irão superar o medo e abrir a consciência para o mal que vem sendo feito com eles e com o Brasil”, disse Renato Cito, presidente eleito com voto dos atletas.