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Na semana anterior, Vanderlan Cardoso (PSB) e Iris Rezende (PMDB) também foram recebidos

A participação de Antônio Gomide (PT) e Marconi Perillo (PSDB) marcou a última etapa de debates dos principais governadoriáveis na Casa da Indústria, sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás. Na semana anterior, Vanderlan Cardoso (PSB) e Iris Rezende (PMDB) também foram recebidos.

A presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, esteve presente nas entrevistas dos quatro candidatos e deu suas impressões sobre o evento desta terça.

Segundo ela, ambos os candidatos foram muito bem em suas exposições. A presidente destacou que a fala de Gomide teve teor diverso daquele apresentado em seu plano de governo. Enquanto no debate ele discursou de uma forma mais atrativa para os fomentadores do setor produtivo, focando na gestão, as propostas apresentadas à Justiça eleitoral diziam mais respeito a questões sociais.

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“No programa de governo ele deu muita ênfase a aspectos que para o setor produtivo não são bem vistos. Seu projeto preza muito pelo desenvolvimento microeconômico, pelo cooperativismo”, explicou. “É preciso saber conjugar as coisas. Movimentando a produção você movimenta a economia como um todo e gera empregos.”

Helenir ressaltou que o projeto de Gomide pouco fala sobre o agronegócio. “Tem pouca visão de crescimento do Estado”, analisa. “Mas aqui ele apresentou um discurso mais afinado às nossas expectativas.”

Sobre Marconi, ela pontuou que o governador já trabalha próximo ao Fórum Empresarial e conhece a agenda da entidade. Assim, ele enfocou nas questões do agronegócio, da Tecnologia da Informação e do ganho de competitividade. “Ele teve um discurso muito afinado.”

A proposta que mais chamou a atenção da presidente da Acieg foi o e-Cidadão, projeto que pretende tornar mais acessível o contato da população com as autoridades por meio de aplicativos para celulares e tablets. “Isso traz novo poder para o cidadão que hoje não tem voz, não tem como interagir com o poder púbico”, diz Helenir.

Ela ressaltou que o tucano também enfatizou a questão da educação, prometendo a ampliação das escolas em tempo integral e do projeto de distribuição de tablets a alunos da rede estadual.

Questionada se era possível estabelecer um comparativo entre os quatro candidatos que participaram do debate e declarar qual se saiu melhor, Helenir preferiu manter uma postura neutra. “Todos eles tiveram altos e baixos”, afirmou. “O importante mesmo é que por meio do debate nós podemos ver quem foge e quem encara os assuntos espinhosos. É bom observar como cada um reage quando pressionado sobre um tema delicado”, disse, sem entrar em maiores detalhes.

O presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, pontuou que Gomide tem a indústria como fator econômico importante para um eventual mandato e relatou que o candidato citou o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) para comprovar essa aptidão.

Ele contou que o petista enfocou a questão da educação, sem deixar de destacar outras áreas, como a segurança pública. Entre as propostas está a ampliação de um projeto iniciado em Anápolis, quando ele era prefeito do município, fundamentado na união da administração local com o Sistema S, formado por Sebrae, Sesi, Sesc e Senar, em prol da educação.

“Gomide também se comprometeu a manter relações estreitas com o Fórum Empresarial e a levar o desenvolvimento para outras regiões do Estado”, declarou Pedro Alves. “Ele foi bem, não teve nenhum desagrado.”

Quanto a Marconi, Pedro Alves ressaltou que, em seu terceiro mandato, o governador demonstrou propriedade ao discutir os temas levantados. O governador disse durante o evento que quer manter uma relação mais próxima com o Fórum Empresarial e, inclusive, valorizar ainda mais a entidade.

Ele também deu ênfase na educação garantindo, assim como Gomide, uma aproximação com o sistema S. Na área tributária, fez defesa ferrenha dos incentivos fiscais para garantir a sobrevivência e o crescimento das empresas goianas.

No âmbito da segurança pública, o tucano destacou que aumentou o efetivo policial nas ruas e que tem feito investimentos para minimizar os problemas enfrentados. Ele também frisou as obras de infraestrutura realizadas, como a renovação das estradas e o aeroporto de cargas de Anápolis. O governador não se esquivou de falar da Celg, sustentando que o imbróglio da transferência das ações da estatal para a Eletrobras está próximo ao fim.

O presidente da Fieg fez a avaliação do debate realizado: “Cada um dá ênfase em uma coisa ou outra, mas no geral estão todos bem preparados, com propostas boas”, disse.

“O governador, por estar há alguns anos no poder, tinha muita coisa para falar sobre as coisas que já fez. Assim como Iris Rezende, que também já foi governador”, relatou. “Já Vanderlan e Gomide se focaram em propostas, coisas que querem fazer.”

Para Pedro Alves, a realização de debates como esses promovidos pela Fieg são essenciais para a democracia. “A discussão, a troca de ideias são fundamentais para as eleições. O voto tem que ser baseado em conhecimento, e o eleitor tem que escolher seu candidato de forma segura”, defendeu.

“A Fieg se mantém neutra no processo eleitoral. Nossa preocupação é com o desenvolvimento do Estado, e seja quem for que se eleja iremos atuar juntos, de forma pró-ativa, pelo crescimento de Goiás”, finalizou.