Deputado estadual Marcus Vinícius foi eleito presidente da legenda, mas não tinha acesso ao cadastro de filiados e de novas direções estaduais e municipais

Desde que foi eleito para presidir o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em fevereiro, o deputado Marcus Vinícius de Vasconcelos Ferreira e a nova direção não administravam completamente a legenda, de fato. Isso porque, o grupo não detinha as senhas para acessar a plataforma da Justiça Eleitoral. Isso mudou com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, na segunda-feira, 7, autorizando o acesso para cadastros de novas filiações e novas direções estaduais e municipais. 

O presidente do PTB em Goiás, Eduardo Macedo, que também aguardava o deferimento do pedido, disse que agora serão restabelecidos todos os acessos aos sistemas dos Tribunais Regionais para as direções de 24 estados. Em os outros três, Sergipe, Ceará e Roraima, serão cadastradas as novas direções locais, alinhadas ao novo presidente.

Marcus Vinicius de Vasconcelos Ferreira assumiu o comando do PTB nacional em meio à grande crise dentro da legenda, após a derrubada de Graciela Nievov. Conhecido como Marcus Vinícius Neskau, ele, atualmente, é deputado estadual do Rio de Janeiro e, em 2018, foi preso no âmbito da operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato no estado. As investigações apontaram recebimentos de propinas por parlamentares. 

Recentemente, Marcus Vinícius se defendeu, afirmando “que a própria Justiça reconheceu a arbitrariedade da sua prisão” e que o processo no Tribunal Regional Federal do Rio (TRF-RJ) foi anulado. “O deputado não é réu, e goza de plena liberdade,” acrescentou. 

Antes da eleição, a maioria dos dirigentes do diretório nacional do PTB renunciaram aos cargos, exigindo a saída de Graciela Nienov do comando da legenda. A situação dela ficou insustentável quando vazaram conversas de um grupo secreto nas redes sociais mencionando uma possível traição ao grupo liderado por Roberto Jefferson, a quem Nievov sucedeu no partido.