Presidente do PT diz que reformas e rompimento em Goiânia não impedem aliança com PMDB
17 julho 2017 às 10h20

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Segundo Kátia Maria, maior dificuldade para eventual coligação é, na verdade, que os peemedebistas aceitem apoiar Lula
A presidente estadual do PT Kátia Maria afirmou nesta segunda-feira (17/7) que o PT pode sim coligar com o PMDB em 2018, mesmo com as reformas aprovadas pelo partido do presidente Michel Temer (PMDB) e que as legendas estejam rompidas local e nacionalmente. Qualquer definição sobre parcerias só será feita no ano que vem, pontuou, mas a possibilidade, ainda que “remota”, existe.
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Para ela, o que mais dificulta a parceria não é necessariamente o fato de os dois partidos estarem em lados opostos da política nacional, mas sim a pouca probabilidade de que o PMDB apoie uma eventual candidatura de Lula no ano que vem. “Nós só vamos conversar com quem apoiar o presidente Lula e hoje, essa não é uma realidade do PMDB”, pontuou.
Com isso, a presidente admite a possibilidade de o PT lançar candidatura própria em vez de, por exemplo, indicar o vereador e ex-prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT) para compor uma chapa com o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) nas próximas eleições. E acrescentou: “É muita especulação mesmo, não tem essa deliberação dentro do partido.”
O fundamental agora, acrescenta, é esperar até setembro para saber quais serão as regras da disputa eleitoral após a reforma política. “Não adianta definir estratégia agora para daqui alguns meses mudar, porque questões sobre financiamento e proporção influenciam sua tática eleitoral”, disse ela, explicando que só depois disso é que o partido irá discutir quem disputa o quê.
Sobre a interpretação de que parte do eleitorado pode avaliar como incoerente a postura do PT de apoiar o PMDB, Kátia desconversou. “O que não pode é deixar que o golpe permaneça. O PT deu condição do povo brasileiro avaliar os dois projetos e mostrou que esse do PMDB, PSDB e DEM é o que mais causa danos.”
A orientação no PT é, realmente, pontua, tentar eleger Lula em 2018. Questionada sobre qual será o caminho da legenda caso ele seja preso ou declarado inelegível até lá, a presidente disse que ganhará o nome que ele decidir apoiar. “Mas com certeza ele será candidato. Nós estamos muito confiantes de que vai prevalecer a democracia brasileira. A decisão de [Sergio] Moro foi pessoal e de cunho político”, finalizou ela.