Presidente da Câmara de Cachoeira Alta segue preso e trabalhos continuam com vereadores investigados

11 agosto 2025 às 12h50

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O presidente da Câmara Municipal de Cachoeira Alta, vereador Josuel de Freitas (PP), foi preso preventivamente nesta sexta-feira, 8, em operação da Polícia Civil de Goiás. Ele é investigado por peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e associação criminosa. Ao Jornal Opção, o prefeito Marcelo Paula (MDB) disse que acompanhou “de longe” a situação e não soube informar como ficará o trabalho do Legislativo na sua cidade.
A Câmara informou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão e que os trabalhos serão conduzidos pelos demais membros da Mesa Diretora, formada, no entanto, apenas por vereadores investigados. A nota acrescenta que as diárias e cursos foram autorizados e que os comprovantes já foram enviados ao Ministério Público e à Polícia Civil. Apesar de investigados, os vereadores Shaylon Rodrigo Ribeiro (PP) e Luziene Vieira da Silva (UB) seguem ativos na Câmara.
A delegada que investiga o caso, Ana Francielle Batista, afirmou ao Jornal Opção que o esquema de desvio de recursos públicos apurado já soma R$ 225 mil em sete meses, sendo que os sete investigados — entre vereadores e um assessor — teriam recebido cerca de R$ 180 mil nesse período.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos vereadores investigados.
Entenda o caso
A investigação foi iniciada em janeiro deste ano. O esquema, de acordo com a polícia, consistia no pagamento de diárias de viagens e cursos inexistentes, supostamente como troca de apoio político ao presidente da Casa. Não há comprovação de frequência nas atividades custeadas.
Em maio, a Justiça chegou a afastar os parlamentares, mas eles foram reconduzidos aos cargos no mesmo dia. Com a prisão preventiva de Josuel, os demais investigados continuam respondendo ao inquérito.
Segundo a polícia, a fraude consistia no pagamento de diárias para viagens e cursos, principalmente em Goiânia e Brasília, muitas vezes sem requerimento prévio ou justificativa adequada. “Eram diárias de valores altos, de R$ 3 mil a quase R$ 6 mil por quatro dias de viagem, com finalidades genéricas e prestações de contas frágeis”, disse a delegada Ana Francielle Batista.
Na primeira fase da operação, em maio, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra cinco vereadores. Na etapa mais recente, apenas Josuel foi preso, e houve pedido de afastamento de dois parlamentares que realizaram mais viagens: Shiloh e Luziene. Os demais seguem no cargo enquanto respondem ao inquérito.
A prisão preventiva de Josuel foi mantida na audiência de custódia. Ele é investigado por peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e associação criminosa. Segundo a delegada, as penas para esses crimes, somadas, podem ultrapassar dez anos de prisão.
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