Presidente da Alerj é preso por suspeita de vazar operação policial que prendeu deputado
03 dezembro 2025 às 15h57

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O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (UB), foi preso nesta quarta-feira, 3, pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Unha e Carne. Segundo a corporação, ele é suspeito de repassar informações sigilosas da Operação Zargun, que culminou na prisão do então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (MDB).
O parlamentar recebeu a voz de prisão no momento em que estava na sede da PF. A corporação afirma que o presidente teria ligado para o investigado na véspera e dado orientações. A ação incluiu o cumprimento de um mandado de prisão preventiva, oito mandados de busca e apreensão e um mandado de intimação para aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão.
A ordem para a detenção de Bacellar foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O deputado foi chamado à PF pelo superintendente, Fábio Galvão, e detido neste momento como uma estratégia para evitar espetacularização da prisão.
Investigações da Polícia Federal apontam que, com o aviso partido de Bacellar a TH Joias, o deputado apagou dados do seu celular e teria se desfeito de objetos da casa. Com um aparelho novo, segundo um agente da PF, ele chegou a enviar uma filmagem para o presidente da Alerj mostrando objetos que deixaria na casa. Ele chegou a questionar se poderia deixar um freezer. Neste momento, Bacellar teria o chamado de “doido” e dito para não se importar com o congelador. A gravação e as conversas foram recuperadas pela pela investigação.

Ambos já foram alvo de investigações anteriores e, agora, voltam ao centro de apurações sob suspeita de interferência e vazamento de informações sigilosas ligadas às operações da PF. TH Joias, inclusive, foi preso em setembro deste ano sob suspeita de realizar negociações para o Comando Vermelho. A Polícia Civil carioca disse que há “provas robustas” de que o deputado, além de usar o mandato para favorecer a facção, ainda intermediava compra e venda e drogas, fuzis e equipamentos antidrones.
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