Prefeitura pode transferir sede da Secretaria de Finanças para prédio da Assembleia
16 fevereiro 2022 às 14h43

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Oficio de requerimento foi enviado pelo titular da pasta, Geraldo Lourenço, ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos)
Foi enviado ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), pelo titular da Secretaria de Finanças (Sefin) da capital, Geraldo Lourenço, um ofício para que a atual sede da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) seja cedida à pasta municipal. A justificativa, de acordo com o secretário, vem da necessidade de “aproximar a Secretaria de Finanças do povo”, já que o Palácio Alfredo Nasser se localiza próximo ao centro, no Setor Oeste.
“Gostaria muito que a secretaria fosse para lá para dar melhores condições não só aos servidores, mas fundamentalmente ao contribuinte, porque há de convir que é difícil do contribuinte chegar ao Paço Municipal, que fica do outro lado da rodovia, enquanto a sede se localiza aqui no centro de Goiânia”, justifica. Ainda que seja a sede atual da Alego, o prédio em questão já pertence ao município de Goiânia, cabendo ao chefe do Executivo municipal decidir o próximo direcionamento daquela estrutura.
Pensando nisso, Lourenço chegou a reforçar a importância da decisão de Cruz, ressaltando, inclusive, que a alteração da localização da sede da Sefin serviria para reforçar o elo de confiança – que atualmente se encontra deficitário em todo o Brasil, segundo ele – entre a população e o Poder Público. “A decisão não é da minha alçada, se fosse eu já estaria lá, porque lá nós teríamos espaço para o contribuinte chegar, teríamos estacionamento, um espaço maior para poder discutir alguma revisão”, ponderou.
Ao fazer a proposta formalmente ao chefe do Executivo municipal, o secretário relembrou a grande quantidade de sugestões que o prefeito recebeu em prol da definição do novo uso da sede do legislativo estadual. Uma delas, inclusive, foi sugerida pelo vereador Clécio Alves (MDB) – que também foi autor do projeto, vetado por Cruz, que buscava renomear a Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado -, nesta terça-feira, 15, na tribuna da Câmara Municipal de Goiânia: a instalação de um memorial em homenagem ao ex-governador de Goiás, Iris Rezende.
Ao fazer a proposta, o requerimento enviado por Clécio justificou ter a intensão de perpetuar a “história de vida desse ilustre e ímpar homem público, como homenagem desta cidade que ele, em vida, sempre amou e a qual dedicou toda a força e vigor de seu trabalho edificante e por todos reconhecido”. Em defesa do requerimento, o emedebista chegou a pontuar acreditar que as homenagens realizadas a Iris são o “mínimo a ser realizado, em comparação a grandeza que Iris representou a Goiânia”.
Ao Jornal Opção, o secretário de Finanças chegou a dizer, inclusive, que apoia a decisão do prefeito caso a criação do Memorial Iris Rezende Machado seja a alternativa escolhida, no lugar da mudança da sede da Sefin. Ele, inclusive, chegou a sugerir que o prédio da atual sede da Alego seja dividido, de alguma forma, em duas funções, caso haja viabilidade, devido a sua grande extensão. “Não tenho dificuldade nenhuma em concordar para que haja uma divisão, porque acho que aquilo que é público é para ser dividido, não para ser privatizado nem personalizado por ninguém. Se tem espaço sobrando, dê para outro”, complementa.
Além da transferência da sede, a pasta tem o projeto de criar um parque tecnológico próprio e se desvincular, oficialmente, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec). O atual Palácio Alfredo Nasser passou a pertencer ao Poder Executivo Municipal goianiense em 2013, ano em que foi realizada a permuta entre o estado e o município. Goiânia forneceu o local em que está sendo finalizada a nova sede do Poder Legislativo goiano, na Avenida Olinda, no Park Lozandes, e a Alego aprovou matéria que repassou a sede da Alameda dos Buritis para a Prefeitura de Goiânia.
No entanto, essa disputa pela atual sede da Alego, que funciona há 60 anos no Bosque dos Buritis, no entanto, não é recente. No ano passado, a Agência Municipal do Meio Ambiente também anunciou que gostaria de ter sua sede transferida ao prédio em questão. Outra proposta que também já surgiu ainda em 2017 foi a possibilidade de transferência da Secretaria Municipal de Cultura, com o objetivo de transformar o espaço também em um centro cultural. A ideia, inclusive, foi bem recebida por diversos setores, como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU) e a Associação dos Protetores do Bosque dos Buritis (APBB).
Apesar de até novembro do ano passado a Prefeitura ter afirmado a possibilidade de essa decisão ser tomada até o mês de fevereiro deste ano, nada ainda foi decidido. Inclusive, devido a grande quantidade de propostas, o Rogério Cruz chegou a ressaltar, segundo Lourenço, a grande dificuldade em tomar a decisão adequada e decidir qual será o destino do espaço. “Quando conversei com o prefeito e avisei que tinha enviado o ofício, ele disse: ‘muita gente também me pediu, está uma dificuldade danada [para decidir]”, complementou.
