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Em sua primeira entrevista à imprensa após confirmar a pré-candidatura ao governo de Goiás, o senador Wilder Morais demonstrou descrença em uma possível aliança entre seu partido, o PL, e o governador Ronaldo Caiado. O parlamentar afirmou, contudo, que o tom da conversa entre Caiado e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deve acontecer em dezembro, vai “depender das propostas que serão feitas”.

“Quais são as propostas? Eu não sei ainda. Nós não temos expectativa ainda de como vai ser isso. Tudo é conversado”, disse Wilder, em entrevista no programa Universo Politheia, nessa segunda-feira, 17.

Caiado deve visitar Bolsonaro no dia 9 de dezembro, após autorização do ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar e tem contado com a visita de lideranças do PL e aliados para articular politicamente.

No encontro, os dois políticos devem abordar a possibilidade de um acordo para 2026, seja em nível nacional, seja estadual. Uma aliança assim, porém, abarcaria a desistência de Wilder Morais de seu próprio projeto.

“Quero saber qual é a fórmula para fazer isso. Ele [Caiado] vai deixar de ser candidato e vai apoiar o nosso candidato? Ou ele vai montar uma chapa aqui em Goiás, e quem vai receber o nosso candidato a presidente da República aqui? O partido não vai ter um representante aqui?”, questionou.

Nos bastidores, a postura de Wilder é lida como um “recado” para Caiado e o vice-governador, Daniel Vilela. Fontes do PL revelaram à reportagem que o partido não descarta a possibilidade de uma aliança com Daniel, que deve disputar o governo do Estado. Entretanto, Wilder, que preside a legenda em Goiás, estaria insatisfeito com a perda de protagonismo nas negociações.

O senador já chegou a ser desautorizado pelo próprio Bolsonaro em algumas ocasiões. No início deste ano, quando os rumores de uma aliança entre Daniel e PL ganhavam força, o ex-presidente concedeu uma entrevista na qual destaca que o projeto do partido em Goiás seria decidido por ele, e não pelo senador.

“Não é quem o presidente de Goiás quer. Wilder, não é quem você quer. Tudo vai passar por mim. Se eu puder falar com o Valdemar, com o Valdemar também. Vamos escolher pessoas com credibilidade. Não é um Senado que a gente quer perseguir ninguém, mas para falar ‘opa, alguém tá passando do limite’”, disse Bolsonaro, referindo-se ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

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