Os partidos Solidariedade e PRD vão oficializar, na próxima quarta-feira, 25, a criação de uma federação partidária com foco na disputa eleitoral de 2026. O anúncio será feito durante um ato conjunto com a presença de lideranças nacionais das duas legendas, incluindo o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Vinícius Neskau (PRD), ex-genro de Roberto Jefferson. A presidência da nova federação ficará com Ovasco Resende, atual dirigente nacional do PRD.

A agremiação pode alavancar a candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado , hoje filiado ao União Brasil. Atualmente, Solidariedade e PRD integram um bloco parlamentar na Câmara dos Deputados, junto com o Avante. Apesar da proximidade, o Avante optou por não participar da federação neste momento.

A aliança nasce com dez deputados federais e um governador, Clécio Luís, do Amapá. Segundo dirigentes envolvidos na articulação, o objetivo é garantir a sobrevivência política das siglas diante do endurecimento das regras eleitorais — em especial da cláusula de desempenho, que será ainda mais rígida nas eleições de 2026 e define critérios mínimos de votação para que partidos tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV.

A expectativa dos articuladores é ampliar o grupo e atrair novos partidos, como PSDB e Podemos, que também enfrentam dificuldades para cumprir a cláusula de barreira. A federação será regida por um estatuto comum, programa unificado e uma direção nacional compartilhada. Diferente das coligações, extintas em 2017, as federações exigem uma convivência mínima de quatro anos entre os partidos que a integram.

Em Goiás

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto (União Brasil), foi cortado por diversos partidos de olho nas eleições de 2026. Apesar do interesse do PL, que o cogita como vice do senador Wilder Morais (PL) em uma possível disputa ao governo, Peixoto já sinalizou seus planos: quer concorrer ao deputado federal, apoiar Ronaldo Caiado (União Brasil) para a Presidência, Daniel Vilela (MDB) para o governo estadual e Gracinha Caiado (União Brasil) para o Senado. No entanto, pode deixar a União Brasil, sendo até cogitado como vice de Vilela, pela sua ampla capilaridade política no estado.

Bruno chegou a negociar com o Avante, mas recuou diante da vinculação do partido ao governo Lula (PT), o que sua base, de centro-direita, rejeitou. Também tentei se alinhar ao PSD, mas a sigla optou por apoiar Gustavo Mendanha. Agora, a federação PRD & Solidariedade tenta atrair o parlamentar, vendendo-lhe uma peça-chave para fortalecer o grupo em Goiás. A deputada federal Magda Mofatto (PRD) seria uma das beneficiadas com a filiação de Peixoto. Outros nomes, como Lêda Borges (PSDB), Flávia Morais (PDT) e Lucas Calil (MDB), também estão no radar da federação.