Pouco técnica, prestação de contas tem mais elogios e menos cobranças à gestão Iris
19 fevereiro 2018 às 15h00

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Com base mais organizada, prefeito teve visita mais tranquila à Câmara, mesmo em meio a batalha judicial sobre a cobrança do IPTU

A visita do prefeito Iris Rezende (MDB) à Câmara Municipal na manhã desta segunda-feira (19/2) para prestação de contas referente ao último quadrimestre de 2017 foi, como das últimas duas vezes, mais política do que técnica.
Pouco se falou da situação das contas da prefeitura, mas, diferente das oportunidades anteriores, as cobranças dos vereadores ao prefeito foram bem mais amenas.
Com a base mais organizada e um líder escolhido, o prefeito ouviu muitos elogios e conseguiu desviar com certa facilidade de questionamentos da oposição, como quando indagado pelo vereador Elias Vaz (PSB) sobre a cobrança do IPTU em Goiânia.
Até mesmo a secretária de Saúde, Fátima Mrué, antes criticada até pelos mais fiéis integrantes da base, recebeu elogios dos vereadores Romario Policarpo (PTC) e Oséias Varão (PSB).
O aliado Clecio Alves (MDB), porém, manteve as críticas à chefe da pasta e reiterou que a considera incompetente. Ele também cobrou do prefeito uma resposta sobre o possível fechamento do Cais Finsocial, o qual Iris garantiu que não ocorrerá.
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Quem também fez barulho, mas ficou sem resposta foram os servidores da Educação que lotaram as galerias da Casa. Eles reivindicam pagamento da data-base aos administrativos e convocação dos concursados.
O presidente da Comissão Mista, vereador Lucas Kitão (PSL), lamentou que mais uma vez a reunião tenha tomado um cunho mais político e cobra respostas mais objetivas. “O próprio secretário [de Finanças, Alessandro Melo] teve participação importante, então entendemos que a prestação de contas do prefeito tem melhorado. Mas ainda queremos que ele apresente respostas mais efetivas, mais objetivas”, ponderou.
As obras do BRT, da Leste-Oeste e de recapeamento da massa asfáltica continuam sem previsão para serem retomadas. O prefeito também não deu indícios de que pagará o reajuste da data-base. “Ninguém ama mais o servidor público que eu. Mas não adianta reajustar e não conseguir pagar até o dia 5 como manda a lei. Prefiro pagar em dia, como venho fazendo desde que assumi”, justificou Iris.
Números
O balanço apresentado pelo prefeito e seu secretariado foi o mesmo já mostrado pelo secretário Alessandro Melo à imprensa no último dia 31 de janeiro.
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Segundo dados do Paço, houve uma queda no déficit mensal, de R$ 31 milhões para R$ 22 milhões, assim como na dívida consolidada, antes em R$ 613 milhões e agora em cerca de R$ 550 milhões.
O Programa de Recuperação Fiscal (Refis), implantado em agosto do ano passado e que vigorou até dezembro daquele ano, respondeu por R$ 91,1 milhões das receitas tributárias do município, em 2017. Foram feitas 172 mil negociações. R$ 52 milhões foram pagos à vista e R$ 39,1 milhões foram parcelados.
O gasto com a folha de pagamento aumentou em 8,67% em 2017, quando comparado com o ano anterior. Resultado primário apresentado pela gestão Iris foi superavitário, fechando em R$ 101,9 milhões.