Português estelionatário tinha até senha de morador do Jardins Mônaco
29 junho 2015 às 12h06

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Vítimas de Nuno D’Oliveira eram donos de casas em condomínios de alto padrão em Goiânia. Ele executava serviços de instalação e não terminava

As principais vítimas do português Nuno Alexandre Alves D’Oliveira, de 43 anos, investigado por estelionato continuado, eram moradores de condomínios de alto padrão em Goiânia, como o Alphaville, Parque Jaó, Portal do Sol e Jardins Verona e Mônaco. A confiança repassada por ele aos clientes era tamanha que a sua entrada foi facilitada no Jardim Mônaco, onde tinha até mesmo a senha da portaria de um dos clientes.
“Se vestia bem, tinha a imagem galanteadora, era educado e credível. Também usava seu carro particular, um VW Passat Alemão, para atendimento. Isso facilitava a prática dos crimes”, detalhou ao Jornal Opção Online o delegado Anderson Pimentel Penha, adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).
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Ao delegado, algumas vítimas afirmaram que, inicialmente, o português cumpria os trabalhos em “pontualidade britânica”, mas relaxava de acordo com o tempo. “Tem clientes dele que nem tinham as paredes das residências levantadas e já tinham pago todo o serviço”, pontuou Anderson Penha. Os pagamentos eram realizados antecipadamente e, principalmente, com cheques. Com isso, Nuno D’Oliveira atrasava os serviços até o momento que o cheque fosse descontado por agiotas ou empresas de factoring — atividade comercial, mista e atípica, que soma prestação de serviços à compra de ativos financeiros.
Ainda segundo o investigador, Nuno D’Oliveira prometia aos clientes via telefone, Facebook e WhatsApp, a entrega das obras, mas não as concluía. Os crimes foram praticados desde o início deste ano. Entre as vítimas estão um juiz, um advogado, um bancário, um médico, um empresário e um jornalista. Os prejuízos somam R$ 200 mil.
Interpol
Foragido desde o último dia 15 de junho, o português efetuou fuga do Brasil pelo Aeroporto de Brasília. A informação foi confirmada pela Polícia Federal e, assim, o inquérito policial foi instaurado em Goiás. O nome de Nuno D’Oliveira também foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol para que o estrangeiro possa ser preso em qualquer país.
A polícia goiana também já emitiu mandado de prisão preventiva ao ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo que o investigado poderá ser preso em qualquer cidade brasileira.
O português estava no Brasil desde 13 de maio de 2008 e seu passaporte é valido para até janeiro de 2019. Nuno D’Oliveira fazia serviços de instalação de boxes, esquadrias, vidros, portas e janela.
Ele deve ser preso por prática de estelionato continuado, quando há o uso da mesma prática ilegal para vitimar diferentes pessoas. Como pena, pode pegar de cinco a 15 anos de prisão.