Polícia registra em média cinco crimes de maus-tratos a animais por dia em Goiás

11 junho 2024 às 11h09

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Um homem e uma mulher foram presos na última segunda-feira, 10, suspeitos de matar um cachorro usando uma foice, em Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. O animal, conforme a tutora informou à Polícia Civil de Goiás (PCGO), estava doente e, por isso, ela teria pedido para que o suspeito o matasse. A foto da tutora, no entanto, não foi divulgada pela Polícia Civil.
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O caso é um reflexo da escalada de violência contra os animais, em Goiás. Apenas o Grupo de Proteção Animal (GPA) da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) registrou, entre janeiro e maio deste ano, 715 casos de maus-tratos – uma média de quase cinco crimes por dia – ou 114 ao mês.
O número representa um aumento de cerca de 25%, se comparado com a mesma média mensal contabilizada em 2023, de 92 registros, conforme a delegada Simelli Lemes. A investigadora explica que práticas como abandono de animais, falta de alimentação e atos de crueldade se enquadram na categoria de maus-tratos.
“A omissão nos cuidados são a maioria das nossas denúncias. São pessoas que não prestam o mínimo de cuidados com o animal, principalmente negando atendimento veterinário”, disse.
Perfil do agressor
Simelli diz que, estatisticamente, a maioria dos casos de maus-tratos são praticados por homens de idade avançada. No entanto, é cada vez mais comum mulheres e jovens serem presos pelo mesmo crime.
A pena para maus-tratos contra animais pode chegar a um ano, além de multa nos casos sem agravantes. Caso seja identificada lesão corporal grave, a reclusão passa a ser de quatro anos, podendo chegar a 12 se o animal não resistir ao quadro provocado por agressões ou negligência.
“Atuamos principalmente de forma repressiva, combatendo o crime e prendendo os autores. Porém, a natureza deste crime impõe outras formas de atuação, principalmente na orientação”, concluiu.