Polícia intima ex-superintendente da central de regulação para esclarecer sobre vagas de UTI
22 maio 2018 às 14h22

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Depois de ouvir secretária de Saúde, Fátima Mrué, delegado quer interrogar servidores para descobrir se houve ou não seleção de pacientes para leitos de terapia intensiva

A Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) ouviu nesta terça-feira (22/5) a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, sobre a denúncia apresentada por vereadores que compõem a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigou os problemas da saúde na capital.
De acordo com o colegiado, a gestão do prefeito Iris Rezende (MDB) promove uma espécie de seleção de pacientes que aguardam por uma vaga de leito de UTI.
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O delegado responsável pelo caso, Rômulo Matos, disse que a secretária apresentou todos os esclarecimentos que lhe foram questionados, o que possibilita a identificação dos médicos reguladores que atuaram nos dois casos concretos que estão sendo investigados.
Rômulo informou ainda que a então responsável pela central de regulação será intimada e deve prestar depoimento na próxima sexta-feira (25/5). “Queremos que ela esclareça como se deu o trabalho dos médicos reguladores e quais foram os hospitais prestadores de serviço.”
Ainda segundo o delegado, a secretária Fátima Mrué e o prefeito Iris Rezende não devem ser indiciados por homicídio. “A responsabilização sob a ótica criminal é diferente do âmbito cível. Precisamos comprovar se a morte ocorreu em virtude da ausência de vaga e, no segundo plano, aferir se havia uma vaga de leito de UTI apta a receber o paciente e se ela foi negada. Aí vamos investigar o porquê ela foi negada. Saber se foi um ato doloso, se foi ato culposo, se houve seleção de pacientes ou não”, esclareceu.
De acordo com Rômulo, podem ser responsabilizados os médicos reguladores, os servidores ou até mesmo os donos dos hospitais que eventualmente negaram uma vaga por motivos não técnicos.
Divergências
Em entrevista coletiva, a secretária Fátima Mrué negou que tenha adiado por duas vezes a data do depoimento, o qual, segundo ela, sempre esteve marcado para esta terça-feira (22/5). Fátima esclareceu que depôs na condição de testemunha e não de investigada, e que contribuiu com todas as informações que foram solicitadas.
Sobre os casos investigados, Mrué disse que uma das mortes aconteceu na gestão passada e que a outra era uma solicitação de outra cidade. “Acredito que todas as medidas em busca da vaga tenham sido feitas adequadamente e afirmo que, pelas informações médicas, que ela estava sendo assistida inclusive com ventilação mecânica.”
À imprensa, a secretária ainda disse considerar que a saúde de Goiânia vem passando por melhorias. “Eu avalio que as melhorias não estão sendo divulgadas. Unidades fechadas há mais de quatro anos foram reabertas, atendimento de mais de mil pacientes nas unidades de saúde pré-hospitalares com médicos todos os dias. Acredito que a população está vendo isso e esses sinais de melhora já estão se tornando evidentes”, afirma.