Polícia identifica suspeito de participar da execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz

16 setembro 2025 às 14h44

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A Polícia Civil de São Paulo identificou um suspeito pela morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado a tiros na tarde desta segunda-feira, 15, em Praia Grande, no litoral paulista. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante o velório do delegado nesta terça-feira, 16. Segundo o secretário, o investigado já possui diversas passagens criminais, incluindo prisões por roubo e tráfico, além de histórico como adolescente infrator.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio Costa de Oliveira, também se manifestou e disse que as forças de segurança tinham conhecimento de ameaças contra Fontes desde 2019, inclusive com registros de ataques a tiros. Para ele, a morte do ex-delegado aponta para um crime de vingança.
O caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). De acordo com as autoridades, de três a quatro linhas de investigação são apuradas simultaneamente, sem que nenhuma hipótese tenha sido descartada. Uma das principais possibilidades é a retaliação de facções criminosas, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A execução foi planejada e brutal, sendo que mais de 20 tiros de fuzil foram disparados contra o veículo de Fontes após perseguição. O carro do ex-delegado colidiu com um ônibus antes dos disparos, e o automóvel utilizado pelos criminosos foi incendiado em seguida.
Com 40 anos de carreira, Ruy Ferraz Fontes era considerado inimigo declarado do PCC. Foi ele quem indiciou a cúpula da facção, incluindo Marcola, em 2006, além de mapear sua estrutura nos anos 2000. Jurado de morte pela organização, Fontes chegou a expressar preocupação com sua segurança no fim de 2023, após um assalto: “Sabem onde moro”, disse na ocasião.
Essa não foi a primeira vez que o ex-delegado esteve na mira do crime organizado. Em 2010, quando atuava no 69º DP, na Cohab Teotônio Vilela, escapou de um plano de execução descoberto pela polícia. Na época, dois homens armados com fuzil foram presos em frente à delegacia, onde aguardavam em tocaia para matar o ex-delegado.
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