A Polícia Federal desencadeou neste domingo, 23, a chamada Operação Profeta, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Sobral (CE), para investigar a suspeita de vazamento antecipado de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025.

A investigação foi motivada por uma denúncia do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação, após identificar a publicação de um vídeo em plataforma digital com questões extremamente similares às aplicadas na prova oficial — conteúdo que teria sido divulgado antes da data de aplicação do exame.

Segundo a PF, o objetivo da operação é “esclarecer os fatos, apurar possíveis ilícitos, identificar os responsáveis pela obtenção dos dados e divulgação indevida, bem como possíveis conexões com outros delitos”.

Na semana anterior, o Inep já havia anulado três questões do Enem 2025 por conta das semelhanças apontadas. Segundo a polícia, a pessoa que realizou a live era o estudante de Medicina Edcley Teixeira, que oferece monitorias para candidatos do exame. Ele afirma que não houve vazamento: conforme ele, a antecipação se deu por meio da análise de edições anteriores do Enem e de pré-testes aplicados pelo Inep.

Apesar das suspeitas, o ministro da Educação, Camilo Santana, garantiu que o Enem 2025 não será cancelado.

Além disso, especialistas alertam que, caso comprovada a fraude, os responsáveis podem responder criminalmente. Segundo advogados, a divulgação antecipada de questões poderia gerar prisão, multa ou até perda de cargo público.

Até agora, a Justiça Federal autorizou a ação, mas o nome do principal alvo da operação não foi divulgado pela PF.

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