Deputado do PSOL é retirado à força da cadeira de Hugo Motta; assista
09 dezembro 2025 às 19h11

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O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 9, e se recusou a deixar o local, em um dos episódios mais tensos da atual legislatura. Glauber foi retirado à força por policiais legislativos da cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta.
Logo após a ocupação, policiais legislativos esvaziaram o plenário, e a TV Câmara suspendeu o sinal da transmissão, impedindo que o público acompanhasse a sessão ao vivo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o plenário deve analisar ainda esta semana a possível cassação do mandato de Glauber, acusado de agressão a um manifestante dentro da Casa.
Além do corte do sinal, jornalistas foram retirados do plenário e ficaram impedidos de acompanhar a movimentação. Policiais legislativos dialogam com o deputado. Relatos de parlamentares apontam que o clima é de forte tensão.
No momento em que Glauber ocupou a mesa diretora, a sessão estava na fase de discursos do Pequeno Expediente, sem votações em andamento. A pauta do dia inclui a análise de um projeto que pode reduzir a pena de Jair Bolsonaro (PL) e de outros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Hugo Motta confirmou que pretende pautar nesta quarta-feira, 10, o pedido de cassação do mandato de Glauber Braga, cujo parecer favorável já foi aprovado pelo Conselho de Ética.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que Glauber está “indignado” com a decisão de Motta, que teria pautado o tema “de surpresa”. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já rejeitou o recurso de Glauber, mantendo o avanço do processo de cassação.
A denúncia foi apresentada pelo Partido Novo, em abril de 2024, após um episódio de confronto físico entre Glauber e o militante do MBL Gabriel Costenaro, além de divergências com o deputado Kim Kataguiri (União-SP).
Segundo o processo no Conselho de Ética e imagens internas da Câmara, Glauber e Costenaro iniciaram um debate acalorado nos anexos da Casa; o confronto evoluiu para empurrões e chutes por parte do deputado; e o parlamentar tentou retirar o militante à força das dependências.
Além disso, a briga continuou na área externa, exigindo intervenção dos policiais legislativos. Glauber Braga argumenta que reagiu após “provocações sistemáticas” do MBL e afirma que Costenaro teria ofendido sua mãe, que faleceu semanas depois do episódio.
No Depol, onde ambos foram prestar depoimento, Glauber e Kim Kataguiri também discutiram. O Partido Novo sustenta que houve agressão, mas Kim negou ter sido atingido.
O relator do processo, entretanto, concluiu que as agressões ocorreram, com base em vídeos de segurança. O relator Paulo Magalhães afirmou que não há “dúvidas” sobre as agressões e incluiu no parecer outros episódios envolvendo o deputado, alegando postura incompatível com o Código de Ética.
Aliados de Glauber criticam o relatório, afirmando que ele mistura acusações antigas já arquivadas, incluindo desentendimentos com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Se aprovado pelo plenário, o relatório resultará na cassação do mandato de Glauber Braga, que está no sexto mandato consecutivo.
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