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O governo federal decidiu manter sob sigilo os gastos relacionados ao iate de luxo Iana 3, escolhido para hospedar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja durante a COP30, em Belém. O navio, pertencente ao empresário amazonense Iomar Oliveira, foi alugado de última hora para atender às exigências de conforto do casal presidencial e de sua comitiva.

Apesar de a diária ter sido divulgada pela Presidência como R$ 2.700 por pessoa — ou seja, R$ 5.400 apenas para Lula e Janja —, o valor total do contrato, o tamanho da comitiva e os detalhes da locação não foram revelados. Fontes ligadas ao Planalto afirmam que o navio da Marinha não oferecia estrutura adequada, justificando o aluguel de embarcação privada.

Além do fretamento do Iana 3, o governo também arca com navios de apoio para deslocamentos pontuais na região de Belém, devido às limitações do iate principal.

O mesmo iate já esteve envolvido em denúncias de uso irregular: em 2021, a embarcação foi inspecionada judicialmente em Coari (AM) durante ações sociais do governo estadual, com suspeitas de uso eleitoral.

O dono do barco, Iomar Oliveira, possui contratos frequentes com órgãos públicos e atua no setor de energia elétrica.

A opção por não divulgar os detalhes financeiros e contratuais do aluguel reforça a percepção de que o Planalto adotou sigilo sobre gastos públicos, mesmo após Lula ter criticado governantes anteriores por falta de transparência. A Presidência defende a medida, alegando necessidade de segurança e logística, e garante que não houve uso indevido de verba pública.