Pix parcelado deve começar a funcionar ainda no segundo semestre deste ano
02 setembro 2025 às 08h00

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O Banco Central confirmou, em nota enviada à Veja, que o Pix parcelado entrará em funcionamento no segundo semestre de 2025. Apesar de não cravar a data de setembro, a autarquia informou que a novidade “começa a funcionar no segundo semestre”. A expectativa é que a modalidade amplie as opções de pagamento e estimule especialmente compras de maior valor.
De acordo com cálculos do BC, mais de 60 milhões de brasileiros que não têm acesso a cartão de crédito poderão se beneficiar da ferramenta. A avaliação é de que o Pix parcelado ajudará a democratizar o crédito no país e, ao mesmo tempo, fortalecer a competitividade entre instituições financeiras.
Em entrevista à Veja, Renato Migliacci, vice-presidente de Vendas da Adyen Brasil, afirmou que a nova modalidade representa um avanço para o mercado. “Vemos o impacto da modalidade de forma positiva, já que os lojistas terão acesso imediato aos valores das vendas, enquanto os consumidores poderão optar pelo parcelamento com crédito oferecido pela instituição financeira onde têm conta, criando um ambiente competitivo saudável, no qual diversas instituições disputam para oferecer a melhor condição de parcelamento”, disse.
O executivo acrescentou que o Pix já é o meio alternativo de pagamento com maior número de transações na operação global da Adyen. Para ele, a agenda Pix “é relevante para empoderar o consumidor e garantir mais fluidez à etapa de compra, contribuindo para o aumento de vendas entre varejistas”.
Vantagens para consumidores e lojistas
Entre os consumidores, a principal vantagem será a liberdade de escolher a forma de pagamento. “Há também a possibilidade de usar diferentes instituições financeiras e consultar ofertas e taxas antes de decidir”, afirmou Migliacci.
No cartão de crédito, o limite é definido pelo relacionamento com o banco emissor. No Pix parcelado, porém, o consumidor poderá escolher entre diferentes instituições e optar por aquela que oferecer a melhor taxa. “A análise de risco passa a ser transação a transação: mesmo que o cliente não tenha um score atrativo para um cartão de crédito tradicional, poderá obter crédito para uma compra específica via Pix. Isso permite maior inclusão financeira”, explicou.
Do lado dos lojistas, as vantagens vão desde taxas potencialmente menores até o recebimento integral do valor em prazo reduzido. Além disso, há a expectativa de aumento nas vendas com a ampliação do crédito a consumidores que hoje não contam com linhas de financiamento disponíveis.
Para Migliacci, o Pix parcelado se soma a outras transformações do mercado de crédito, como a ascensão das fintechs que oferecem BNPL (Buy Now, Pay Later). “É outro método de pagamento parcelado, dividido em prestações com taxa de juros atrativa, realizado diretamente com a empresa que oferta a modalidade”, comparou.
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