A Polícia Federal (PF) realizou a maior apreensão de maços de cigarro contrabandeados na história do Brasil, com 12 milhões de exemplares. A ação, que equivale a 20 cartelas cheias, ocorreu neste sábado, 13, em São Paulo.

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Os produtos foram encontrados em um galpão no bairro da Liberdade, no centro da capital. A Polícia Militar paulista auxiliou na identificação do endereço. Ninguém foi preso. 

As apurações prosseguirão para encontrar os envolvidos na prática criminosa, e os maços serão incinerados. Principal mercadoria contrabandeada do Paraguai para o Brasil, o cigarro fez com que o país deixasse de arrecadar R$ 94,4 bilhões em impostos nos últimos 11 anos.

O mercado ilegal de cigarros, que responde por quatro em cada dez maços de cigarro consumidos no Brasil, é composto por marcas produzidas no país vizinho e que entram clandestinamente, além de produtos fabricados por empresas brasileiras que não pagam impostos.

Dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP) mostram que os cigarros contrabandeados representaram 33% do mercado em 2022, enquanto os fabricados no Brasil e que os impostos somam outros 8%.

Embora esses 41% sejam um índice mais baixo que os dos anos anteriores, a soma do prejuízo acumulado é prejudicial ao mercado brasileiro, segundo o presidente do FNCP, Edson Vismona. Em 2018, esses dois grupos de cigarros responderam por 54% do mercado, índice que subiu para 57% no ano seguinte — maior percentual da série histórica desde 2012.

O fechamento das fábricas no Paraguai durante a pandemia fez com que a produção caísse: as leis representaram 49% em 2020, 48% em 2021 e chegaram aos 41% em 2022. Segundo o FNCP, a evasão provocada pelo contrabando foi de R$ 8,3 bilhões somente no ano passado, para uma arrecadação de impostos que chegou a R$ 15,9 bilhões.

No ano passado, o recorde de participação estrangeira no mercado interno de 2019 chegou a R$ 12,7 bilhões de evasão (R$ 16,26 bilhões, corrigidos pela inflação).